Comportamento de pequenas paredes de alvenaria estrutural frente a altas temperaturas
Resumo
A construção civil atual utiliza diversos tipos de materiais para vedação como
tijolos cerâmicos vazados ou maciços ou com função de fechamento e estrutural
como a alvenaria estrutural. Os códigos e legislações nacionais de proteção contra
incêndio definem um tempo mínimo de resistência ao fogo para paredes e
elementos de vedação. Entretanto, a maioria desses códigos oferece poucas
alternativas de materiais e espessuras mínimas para definir a capacidade de
resistência ao fogo. Normalmente nas alternativas sugeridas, quando ensaiados, os
materiais apresentam desempenho superior. A alternativa para a definição
adequada do tempo de resistência ao fogo é ensaiar um protótipo da parede em
escala real, sendo um ensaio geralmente dispendioso. A proposta deste trabalho é
efetuar o estudo do comportamento de paredes de alvenaria estrutural e seus
componentes frente a altas temperaturas, utilizando fornos adaptados para essa
finalidade. Foi estudado o nível de degradação dos materiais isoladamente e no
conjunto, o aumento de carga em pequenas paredes devido à elevação da
temperatura, além da resistência residual da alvenaria e seus constituintes após
exposição às altas temperaturas. A taxa de aquecimento do forno não seguiu a
Curva Padrão de norma, mesmo assim, foi possível verificar que as legislações são
conservadoras em relação ao desempenho frente ao fogo dos materiais. As paredes
obtiveram bom desempenho frente às altas temperaturas, apresentando nível de
fissuração baixo e mantendo a estabilidade estrutural. Foram ensaiadas argamassas
de diversas resistências à temperatura de 900ºC, constatando que esta temperatura
foi suficiente para promover a completa deterioração dos materiais. Argamassas de
4 MPa foram aquecidas a 400ºC, observando que mantiveram-se íntegras,
apresentando resistência residual. Foi constatado que o tipo de agregado usado nas
argamassas tem influência na perda de massa e estabilidade do material quando
submetido a altas temperaturas. Foram moldados prismas cerâmicos com
argamassa de 4 MPa para verificar a resistência residual após o aquecimento a 400º
e 900ºC, constatando que a resistência desses foi superior a resistência média para
as argamassas de mesma resistência submetidas ao mesmo aquecimento. Além
disso, a tensão de ruptura da pequena parede exposta às altas temperaturas ficou
bem próxima à média dos prismas cerâmicos submetidos à mesma taxa de
aquecimento.