Redução da dose de radiação em pacientes e equipes médicas pelo uso de filtros adicionais de cobre e alumínio nas saídas de tubos de raios X em equipamentos de hemodinâmica
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2011-03-18Metadatos
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No âmbito do uso das radiações ionizantes, raios X, estão os Serviços de
Hemodinâmica que tem como objetivo realizar o diagnóstico e a terapia de diversos
tipos de doenças cardiovasculares. Nos Serviços de Hemodinâmica, os aspectos
mais preocupantes em relação aos níveis de exposição às radiações, tanto do
paciente quanto da equipe médica, é o longo tempo de exposição. Como meios de
reduzir os níveis de radiação, que são extremamente dependentes do
comportamento dos profissionais durante o procedimento, pode-se citar a redução
do tempo de exposição total, a melhor posição da equipe dentro da sala, o uso dos
equipamentos de proteção individual, a menor distância do tubo intensificador de
imagens em relação ao paciente, dentre outros fatores. A aplicação destes meios de
redução das exposições é variável de acordo com as equipes médicas. Assim, a
proposta deste trabalho é reduzir os níveis de exposição de uma forma
independente da equipe médica que esteja utilizando estes equipamentos. Propõese
o uso de filtros adicionais na saída do tubo de raios X em três equipamentos de
diferentes gerações, HEMOCOR SM Cardiologia Intervencionista, Instituto do
Coração de Santa Maria ICOR e Hospital Universitário de Santa Maria - HUSM,
com o objetivo principal de reduzir as radiações de baixa energia que aumentam a
exposição do paciente e da equipe médica. A principal dificuldade a ser enfrentada
com o uso dos filtros é a redução da qualidade da imagem, ou seja, a perda de
informação visando o correto diagnóstico. Para quantificar-se a qualidade da
imagem montou-se um simulador com placas de alumínio e com outros dispositivos
nelas sobrepostos que possibilitam mensurar e comparar as imagens adquiridas.
Para evitar-se dúvidas da avaliação das imagens geradas entre observadores
(interobservadores) e mesmo entre o próprio observador (intra-observador), utilizouse
métodos de análise de imagens (threshold, histograma, superfície 3D), onde
pode-se medir a relação sinal ruído, a resolução espacial, o contraste e a definição
da área do sinal. Utilizaram-se câmaras de ionização dispostas na posição da
entrada da pele do paciente, na entrada do tubo intensificador de imagens e na
posição do médico hemodinamicista para quantificar-se a redução das doses ao
adicionar-se os filtros. Após a escolha do filtro ideal para cada tipo de equipamento
mediu-se a dose efetiva do médico hemodinamicista, utilizando-se dosímetros
pessoais durante os procedimentos clínicos. Estas doses efetivas foram comparadas
com as obtidas sem o uso de filtros para os mesmos procedimentos clínicos. Desta
forma pode-se quantificar a redução real da exposição da equipe médica. No caso
do HUSM, no modo fluoroscopia a filtração adicional de 0,29 mm de Cu mais 1 mm
de Al apresentou os melhores resultados, permitindo uma redução na Taxa de
Kerma no Ar na Entrada da Pele do Paciente de 55,89% e uma redução da Taxa de
Kerma no Ar a 70 cm de distância na direção do médico hemodinamicista de 38,8%.
Já, no modo grafia, a filtração adicional de 0,29 mm de Cu mais 2 mm de Al
apresentou os melhores resultados, permitindo uma redução na Taxa de Kerma no
Ar na Entrada da Pele do Paciente de 80,3% e uma redução da Taxa de Kerma no
Ar a 70 cm de distância na direção do médico hemodinamicista de 68,55%. Para o
HEMOCOR, no modo fluoroscopia a filtração adicional de 0,29 mm de Cu mais 2
mm de Al apresentou os melhores resultados, permitindo uma redução na Taxa de
Kerma no Ar na Entrada da Pele do Paciente de 48,81% e uma redução da Taxa de
Kerma no Ar a 70 cm de distância na direção do médico hemodinamicista de
23,91%. Já, no modo grafia, a filtração adicional de 0,29 mm de Cu mais 2 mm de Al
apresentou os melhores resultados, permitindo uma redução na Taxa de Kerma no
Ar na Entrada da Pele do Paciente de 72,53% e uma redução da Taxa de Kerma no
Ar a 70 cm de distância na direção do médico hemodinamicista de 52,30%. Para o
ICOR, no modo fluoroscopia não foi possível coletar informações, pois o
equipamento não gera imagens DICOM, nem mantém a última imagem no monitor.
Já, no modo grafia, a filtração adicional de 0,58 mm de Cu mais 1 mm de Al
apresentou os melhores resultados, permitindo uma redução na Taxa de Kerma no
Ar na Entrada da Pele do Paciente de 87,27% e uma redução da Taxa de Kerma no
Ar a 70 cm de distância na direção do médico hemodinamicista de 75%. Na análise
da dosimetria pessoal realizada no HUSM, foi possível calcular uma redução global
de dose de 55%. Desta forma pode-se afirmar que, com o uso dos filtros adicionais,
a dose de radiação no paciente e equipes médicas pode ser reduzida sem prejuízo
do diagnóstico. Esta redução é ainda mais significativa para os profissionais que
trabalham em mais de um Serviço de Hemodinâmica.