Viabilidade econômica da produção de biogás em granjas de suínos, por meio da análise de séries temporais
Resumo
O presente estudo visa reunir, analisar e interpretar o potencial e a viabilidade econômica do sequestro de gás carbônico e/ou a geração de energia renovável proveniente do tratamento de dejetos suínos, por meio da análise de séries temporais, com utilização dos modelos de previsão Box e Jenkins (1970). Como os sistemas de produção de suínos geram grande quantidade de dejetos altamente poluentes e impactantes no meio ambiente, principalmente os gases de efeito estufa, estes, ao serem tratados, produzirão o gás metano e dentro deste o biogás que, ao ser eliminado corretamente é convertido em energia elétrica e em créditos de carbono, restando na propriedade um biofertilizante de alta qualidade. Cenário do sequestro de gás carbônico que só foi possível após a aprovação do Protocolo de Quioto que prevê o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), a comercialização dos Certificados de Emissões Reduzidas (CER) e, no âmbito da energia elétrica, pela Resolução Regulamentadora 482/2012 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Para o levantamento dessas informações, contou-se com o apoio da Associação Municipal dos Suinocultores de Toledo (AMST) e da Empresa BRF. Esta pesquisa demonstra que é viável a utilização do biogás e que o período de retorno obedece a uma escala de produção com um funcionamento diário dos equipamentos de 10 horas ou mais. Dessa forma, o período do retorno do investimento será entre 70 a 80 meses, com a produção de energia elétrica e/ou em conjunto com a produção de créditos de carbono. Mostra também que o volume de produção é viável, desde que aloje um número mínimo de suínos. Além disso, o uso de modelos de previsão é importante ferramenta, pois antecipam o comportamento da série em estudo, fornecendo ao produtor subsídios para que o investimento seja feito reduzindo o risco ao suinocultor, tanto nos aspectos financeiros, pois a granja terá mais uma fonte de renda, quanto na redução dos custos de produção, já que terá autonomia no fornecimento de energia elétrica ininterruptamente, o que é necessário nos sistemas de criação cada vez mais tecnificados.