Diagnóstico físico conservacionista e sua relação com a sedimentação e preferências da paisagem
Abstract
O uso e ocupação da terra têm ocorrido de forma, muitas vezes, inadequada em Bacias Hidrográficas. Desmatamentos, lavouras e campos plantados em áreas inadequadas, ausência de tratos conservacionistas e urbanização sem planejamento são considerados problemas sérios que geram conflitos ambientais que levam à deterioração da ambiência, erosão do solo e depreciação das paisagens naturais. O Diagnóstico Físico Conservacionista (DFC) é o mais importante dos diagnósticos ambientais, uma vez que tem aplicação imediata e completa em sub-microbacias hidrográficas, e consiste, essencialmente, em comparar o uso atual com o uso
potencial da terra (capacidade de uso), tendo como unidade de trabalho a sub-microbacia hidrográfica. O uso potencial terra é determinada através do coeficiente de rugosidade, o qual é obtido a partir da declividade e da densidade de drenagem das sub-microbacias. Este tipo de avaliação ambiental propõe uma melhor qualidade de vida ambiental através de uma utilização racional do espaço físico, rural e urbano, com os padrões do conhecimento técnico-científico disponíveis. O objetivo deste trabalho foi elaborar o DFC das sub-microbacias hidrográficas do Rio Ibicuí-Mirim/RS, para avaliar o uso da terra de acordo com sua vocação natural, a fim de identificar a estimativa de sedimentação em função do uso da terra e, ainda, analisar as percepções e preferências da paisagem conforme o uso da terra na sub-microbacia para, assim, apresentar prognósticos adequados ao manejo da área estudada. Por meio do DFC, determinou-se o uso potencial, conflitos de uso da terra, áreas a florestar, disponibilidade ou excesso em agricultura, áreas a serem trabalhadas. Encontrou-se uma deterioração de 33,31% da área da micro-bacia estudada. Foi constatada uma quantidade passível de ser produzida de 38.866,74ton/ano de sedimento, nos 1177,78 ha de área total. Com relação à preferência da paisagem a metodologia mostrou que a maioria das pessoas prefere paisagens com florestamento, concluindo-se, assim, a importância do DFC que, em sua essência, indica florestamentos para garantir infiltração de água, prevenção de episódios erosivos e, desta forma, garante paisagens naturais que são as mais atrativas para as pessoas.