A dimensão ambiental como objeto da ação extensionista na assessoria técnica, social e ambiental (ATES) do RS
Abstract
A problemática ambiental vem, a cada dia, ganhando destaque e se coloca
hoje como um desafio para as políticas públicas e uma variável importante a ser
considerada nos projetos de assentamentos da reforma agrária e em outros
empreendimentos rurais. Para as áreas reformadas os serviços de assistência
técnica e extensão, sob a responsabilidade do INCRA, são desafiados a incorporar
tal problemática em suas agendas. Desta forma, a presente dissertação analisa de
que forma a dimensão ambiental vem sendo abordada no Programa de Assessoria
Técnica, Social e Ambiental no RS, tendo como referência as metas e atividades
executadas pelas equipes técnicas no período de janeiro de 2009 a janeiro de 2012.
Na realização do estudo foram utilizados procedimentos metodológicos e técnicas
apropriadas para abordagens qualitativa e quantitativa. A pesquisa levantou as
atividades executadas pelas equipes de ATES, lançadas no SAMA/INCRA durante o
período de janeiro 2009 a janeiro de 2012, conformando uma amostra de 30.834
ações coletivas e 71.531 visitas individuais para o período. Como resultado,
verificou-se, que, de modo geral, o trabalho realizado pelas equipes de assessoria
técnica, social e ambiental caracteriza-se, fundamentalmente, como de educação
ambiental, mostrando-se importante para a elevação do nível de compreensão dos
agricultores assentados sobre os passivos ambientais e o conhecimento da
legislação ambiental vigente, mas possivelmente limitado do ponto de vista da
reconversão das práticas e prevenção de ocorrência de delitos ambientais presentes
nos assentamentos. Evidenciou-se, também, que as normativas propostas para
orientar o trabalho da ATES colocaram a dimensão ambiental na agenda das
equipes técnicas, sem contudo especificar os conteúdos a serem trabalhados nas
atividades coletivas e individuais dos técnicos ao longo dos diferentes contratos de
ATES, bem como não asseguraram a utilização de práticas metodológicas
participativas ou articuladas com a realidade da problemática ambiental dos
assentamentos.