Organização vitivinícola na região central do RS: implicações socioespaciais das diferentes formas de produção
Abstract
A pesquisa aborda a organização vitivinícola na região central do Rio Grande do Sul, enfocando as formas de produção e a reorganização atual que desencadeiam novos processos na produção da uva e do vinho. O recorte espacial escolhido corresponde a sete municípios da região central do Rio Grande do Sul: Jaguari, Pinhal Grande, Nova Palma, Silveira Martins, Ivorá, Ibarama e Sobradinho. Os objetivos específicos buscam: (a) realizar levantamento das vinícolas e da produção artesanal do vinho na área em estudo, verificando
as relações entre essas formas de produção; (b) identificar, a partir de um processo de amostragem, a organização da produção artesanal e verificar quais as estratégias para que
esta resista às mudanças atuais da produção vitivinícola; (c) caracterizar a produção das vinícolas e sua organização produtiva atual e (d) analisar as dinâmicas atuais da produção,
bem como suas implicações na estrutura produtiva vitivinícola do Estado Gaúcho. A metodologia de pesquisa caracterizou-se pela visão dialética, buscando, inicialmente, um resgate histórico-concreto demonstrando, o desenvolvimento da vitivinicultura a partir da colonização italiana, com períodos históricos de desenvolvimento e estagnação e suas
conseqüências socioespaciais. Realizou-se a coleta de dados primários, em trabalho de campo, e dados secundários extraídos de publicações do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), da Empresa Brasileira de Produção Agropecuária setor Uva e Vinho (EMBRAPA Uva e Vinho), do Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN) e da União Brasileira
de Vitivinicultura (UVIBRA). Na terceira fase os dados coletados foram organizados e ordenados, a partir de tabelas, quadros e mapas temáticos para serem interpretados e
analisados, proporcionando o alcance dos objetivos propostos. A estrutura produtiva organiza-se a partir de técnicas modernas e tradicionais de produção, sendo que cada uma responde diferentemente as dinâmicas do atual período técnico-Científico-informacional. As cantinas rurais, mesmo coexistindo com as demais formas de produção, tendem a um processo de extinção que, conseqüentemente, levará ao desaparecimento de técnicas tradicionais, que demonstram uma parte do processo de desenvolvimento gerado a partir da colonização italiana na região central do Rio Grande do Sul.