Professor voluntário: o ciclo da longedocência no ensino superior
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Data
2018-07-19Primeiro membro da banca
Veiga, Adriana Moreira da Rocha
Segundo membro da banca
Morosini, Marilia Costa
Terceiro membro da banca
Oliveira, Valeska Maria Fortes de
Quarto membro da banca
Marquezan, Fernanda Figueira
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta tese decorre dos estudos desenvolvidos no Grupo de pesquisa Formação de Professores e práticas educativas: educação básica e superior (GPFOPE) e insere-se na linha de pesquisa (LP1): ―Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional‖ do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria. Como objetivo buscou compreender os processos de mobilização que os professores voluntários produzem ao (re)investirem na carreira docente, após a aposentadoria. O percurso teórico-metodológico da investigação se direcionou pelos fundamentos da pesquisa qualitativa e se desenvolveu a partir da abordagem narrativa de cunho sociocultural. A pesquisa foi delineada em duas etapas. A primeira etapa foi de caráter exploratório, no qual se utilizou documentos como método investigativo e seus resultados possibilitaram o conhecimento de aspectos da realidade do trabalho voluntário na UFSM. O segundo momento visou à realização da entrevista narrativa de cunho sociocultural. Colaboraram com a pesquisa 12 professores aposentados que aderiram ao serviço voluntário da UFSM. Os estudos de Bolzan (2001, 2002, 2006, 2009, 2016), Bakhtin (2009, 2010, 2011), Vygotski (2003, 2008), Freitas e Ramos (2010), Freitas (2002, 2007), Connelly e Clandinin (1995), Jovchelovitch e Bauer (2002), Wertsch (1993), Ludke e Andre, Gatti, Gonzalez Rey (2002), Gatti (2002) foram subsídios teóricos que fundamentaram o desenho investigativo. Charlot(2013),França (2010, 2014), Freire (1986, 2001), Huberman (1995),Cunha (2010, 2011, 2015), Isaia (2001, 2003a, 2003b, 2004, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012), Isaia e Bolzan (2004, 2006, 2007, 2002, 2009, 2011), Maciel (2009). Maciel, Isaia e Bolzan (2012), Marcelo Garcia (1999, 2009, 2010), Mosquera (1987, 2004), Pimenta e Anastasiou (2010), Stano (2001), Seildl e Conceição (1990), Zabalza (2004), Veiga (2007, 2010) estão entre os autores que corroboraram na discussão teórico-analítica desta investigação. Da compreensão e interpretação do que evidenciamos como achados de pesquisa, resultaram três dimensões categoriais, cada qual com eixos interpretativos, que entrelaçados, representam os processos mobilizadores, configurando a tessitura da ―longedocência‖. São eles: percursos na trajetória docente que influenciaram na escolha em (re)investir (a trajetória do professor entrelaçada com a da UFSM, o pioneirismo na trajetória, Fatos marcantes); a "condição de mais liberdade" gerada pela aposentadoria (liberdade para permanecer trabalhando na UFSM, não sentir-se aposentado, flexibilidade: livre para estabelecer uma nova relação com o trabalho, centralidade do trabalho, apoio reforça a permanência); "lugar" a que pertenço (UFSM como "Lugar‖: vínculos, referências pessoais e laços afetivos, não romper com o "lugar"/continuar contribuindo, continuar contribuindo na EAD, graduação, pós-graduação, com pesquisa, prosseguir com antigos projetos,..). A pesquisa realizada permitiu-nos destacar que muitos professores estenderam a trajetória docente, caracterizando um processo que cunhamos de ―longedocência‖. Observamos que o que mobiliza o professor a ampliar o seu ciclo profissional é um entrelaçamento de acontecimentos. O que destacamos como dimensões e elementos/eixos interpretativos compõem as razões que os mobilizam a seguir atuando, após a aposentadoria na mesma instituição onde se desenrolou sua carreira e trajetória. Fatores de ordem subjetiva influenciam a manutenção do interesse do professor em continuar ampliando seu ciclo profissional, evidenciamos que ele é mobilizado por elementos que são internos, que tem relação com sua própria subjetividade. Para ampliar o ciclo de vida profissional é preciso atribuir sentido ao que se faz, ter interesse, escolher, desejar, ter razões para seguir em atividade. Assim, como os elementos externos, como a oportunidade de adesão ao serviço voluntário, ser convidado a continuar, ser aceito pelos seus pares, estar em um espaço de trabalho com condições, infraestrutura, são fatores objetivos que tem o potencial de influenciar. A identificação dos processos mobilizadores nos permitiu entender que existe uma tipologia do ciclo de vida profissional, após a aposentadoria, o ciclo da longedocência. Consideramos que é importante que seja instituída uma política na universidade que tenha como protagonistas os longedocentes.
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