Caracterização e modelagem do crescimento da copa e do incremento de árvores isoladas de Cedrela fissillis Vell.
Resumo
Na avaliação do crescimento de árvores isoladas foram selecionadas 57 amostras, das quais se
mensurou variáveis morfométricas em fotos digitalizadas no software AutoCAD e dendrométricas a
partir de rolos de incremento coletados na altura do DAP. O desenvolvimento desta pesquisa teve
como objetivo descrever as dimensões individuais e reconstituir o crescimento da copa e fuste de
árvores isoladas de Cedrela fissilis, avaliado de 2007 a 2011, e construir equações matemáticas para
descrever o crescimento da variável diâmetro da copa (DC), manto de copa (MC), diâmetro da copa
em alturas relativas (DChi) e incremento periódico anual em área basal (IPAg). Nos alongamento
anuais (ALG) foram verificados valores mínimo, máximo e médio anual de 3,0, 91,0 e 32,4 cm,
respectivamente. Assim como correlações em série, determinada por r = 0,76 a 0,86 (Pr<.0001), tendo
sido observados maiores alongamentos nas menores ordens de ramificação. Nos alongamentos
periódicos (ALGP), correspondente ao período 2007-2011, verificaram-se valores médios de até 1,82
m, observado na classe diamétrica 30-40 cm, com coeficiente de variação (CV) máximo de 67,67%,
verificado na classe > 60 cm. Para a construção dos modelos de crescimento foram selecionadas 35
árvores de acordo com sua condição de copa e fuste, sendo descartada a classe diamétrica > 60 cm
devido a pouca amostragem. Para o manto de copa o modelo LNMC = b0+b1*(1/DAP)+b2*(DAP²)
apresentou bom ajuste (R²aj.= 0,92 e CV = 6,12%). A equação da variável alongamento anual da copa,
ALG=b0+b1*(LNICA)+b2*(DAP), apresentou o ajuste comprometido pelo alto erro percentual (R²aj.
= 0,50; CV = 35,95%), descrevendo até 50% da variância total. Com precisão semelhante à ALG, o
modelo ajustado para a variável crescimento da copa em diâmetro, CCD=b0+b1*(LNICA), apresentou
altas taxas de erro percentual, com precisão estatística definida por CV = 36,25%; R²aj. = 0,44. Para o
modelo DChi o ajuste foi descrito por R²aj.=0,58 e CV=52,41%, tendo sido definido o modelo
LNDChi=b0+b1*(LNDAP)+b2*(1/hi²)+b3*(DAP²), tendo o mesmo não apresentado distribuição
normal e heterogeneidade na variância dos resíduos. O ajuste da equação apara o IPAg apresentou boa
precisão estatística (R²aj.=0,66; CV=11%), descrevendo até 66% da variância total a partir do modelo
LNIPAg=b0+b1*(DAP)+b2*(h/d). Na avaliação descritiva dos incrementos observaram-se elevadas
taxas de incremento periódico anual em diâmetro (IPAd) e IPAg nas classes diamétricas 25, 35 e 45
cm. Os valores de IPAd médio, mínimo e máximo foram de 3,6 cm, 0,7 e 7,3 cm, respectivamente.
Nas classes 35 e 45 cm verificou-se taxa de IPAg média de 95,6 e 75,5 cm², respectivamente. Em
todas as classes de diâmetro foram encontradas taxas de incremento corrente anual em diâmetro
(ICAd) superior a 2,5 cm. As análises do crescimento da copa de árvore isoladas demonstraram que o
crescimento rítmico da mesma e sua correlação com os incrementos do fuste possibilitam a construção
de modelos de crescimento com boa eficiência estatística, porém, devendo se aperfeiçoar a
estratificação fazendo uso de informações que descrevam as condições dos sítios. A metodologia de
avaliação a partir de fotos digitalizadas também apresentou boa precisão e praticidade, podendo ser
amplamente utilizada na avaliação de árvores singulares ou isoladas.