Do real ao possível: o cuidado de gestantes puérperas HIV/AIDS na atenção básica
Resumo
Este artigo refere-se a uma intervenção junto a profissionais de três unidades de Atenção Básica de Saúde (duas Estratégias de Saúde da Família e uma Unidade Básica com Agentes Comunitários) de um município de médio porte do interior gaúcho. Tal intervenção foi realizada nessas unidades por contarem com maior número de gestantes/puérperas com HIV/AIDS; foi desenvolvida por uma assistente social e uma enfermeira de um Programa de Residência Multiprofissional Integrada, atuantes na Linha de Cuidado Mãe-bebê de um Hospital Universitário que conta com Ambulatórios de Pré-natal de Alto Risco e de Doenças Infectocontagiosas, locais que assistem gestantes/puérperas e respectivos filhos com HIV/AIDS. Foi realizado um encontro, em cada unidade de saúde, a fim de identificar o nível de conhecimento dos profissionais da equipe sobre o acolhimento, aconselhamento e acompanhamento de gestantes/puérperas com HIV/AIDS e de recém-nascidos e, mais que isso, discutir um fluxo de cuidado, ou seja, a trajetória que essas mulheres e seus filhos percorrem na rede de saúde, com vistas a ampliar o conhecimento dos referidos profissionais e favorecer a atenção qualificada de mulheres e crianças com HIV/AIDS. Os resultados demonstram que os profissionais da Atenção Básica têm suficiente conhecimento acerca dos aspectos biológicos - o que é, como é transmitida e manifestada o HIV/AIDS; no entanto, têm restrito entendimento e certa insegurança sobre seu papel frente ao acolhimento, aconselhamento e acompanhamento de gestantes/puérperas e seus recém-nascidos. Neste sentido, considera-se importante a formação continuada dos profissionais da Atenção Básica, especialmente, no que tange ao aconselhamento e acompanhamento de gestantes/puérperas com HIV/AIDS e respectivos filhos.