Perspectivas sobre a pecuária de corte praticada em assentamentos da reforma agrária do RS
Resumen
Apesar de estudos mais contemporâneos e políticas públicas para agricultura
familiar gaúcha considerarem a pecuária familiar como grupo específico desta
categoria, a pecuária de corte continua sendo vista como atividade não desejável
para a agricultura familiar, tampouco para o desenvolvimento dos assentamentos.
Entretanto, a realidade produtiva dessas áreas apresenta cenário distinto do
preconizado pelos setores ligados à reforma agrária. A presente pesquisa parte do
pressuposto que tal produção está invisibilizada interna e externamente aos
assentamentos. Nesta investigação foi realizada pesquisa de caráter exploratório e a
ferramenta escolhida para a coleta dos dados foi a entrevista semi estruturada com
análise qualitativa de forma e conteúdo, conduzida em assentamentos de Santana
do Livramento. E, por intermédio dos resultados apresentados, pode-se inferir que
se processa a dupla invisibilidade do pecuarista familiar assentado: enquanto grupo
social e nos ambientes da reforma agrária. Seu trabalho, seus produtos e sua renda,
são ignorados e ficam assim minimizados, bem como suas relações e estratégias de
reprodução social perpetradas. Adicionalmente, o que se pode afirmar sobre a
atividade é que: representa aproximadamente 10% da opção produtiva dos
assentados da fronteira oeste; é desenvolvida por agentes locais e oriundos de
outras regiões; tem como principais motivações o conhecimento sobre a atividade,
menor risco relativo, maior adaptabilidade aos condicionantes regionais, e a menor
demanda por mão de obra; aparece como monoatividade, mas também em conjunto
com leite e arroz para fim comercial, ou com as “plantas de cercado” para
autoconsumo; Os sistemas de criação mais praticados são cria e terminação.
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