Interferência e nível de dano econômico de milho voluntário em feijão
Resumo
Dentre os fatores que afetam a cultura do feijão destaca-se a interferência imposta pelas plantas daninhas. Em um sistema de cultivo segunda safra, o feijão se tornou uma opção no sistema de sucessão após o milho na região Sul do Brasil. A partir disso, sementes de milho que permanecem no campo em pós-colheita podem germinar durante o cultivo do feijão, podendo o milho se tornar uma planta daninha voluntária problemática nessas condições. Diante disso, o estudo tem por objetivo avaliar a competitividade relativa, danos ao crescimento, desenvolvimento, morfologia, fisiologia, rendimento de grãos e nível de dano econômico da interferência da densidade e época de emergência do milho voluntário em relação ao feijão. A pesquisa foi desenvolvida no período entre 2015 e 2017, em casa de vegetação, laboratório e a campo, onde foram realizados quatro estudos apresentados na forma de artigos. Os estudos referentes aos artigos I, II e III foram conduzidos em casa de vegetação e laboratório, enquanto que o artigo IV foi realizado a campo. No artigo I foi avaliada a competitividade relativa de duas cultivares de feijão em convivência com milho voluntário, esse emergindo em diferentes épocas e proporções de plantas na associação. No artigo II, foi estudado o efeito da interferência da época de emergência do milho voluntário sobre os parâmetros de crescimento, pigmentos fotossintéticos e fluorescência da clorofila de cultivares de feijão em competição pelos recursos de luz e solo+luz. O artigo III abordou estudo sobre a interferência da época de emergência do milho voluntário em competição com feijão pelos recursos de luz e solo+luz, no crescimento e estômatos de duas cultivares de feijão. O artigo IV é relativo ao efeito da época de emergência e densidade do milho voluntário sobre a perda de rendimento de grãos e o nível de dano econômico no feijão. Quando o milho voluntário emerge antes, a interferência causada ao feijão é maior que a emergência simultânea. Pode-se notar uma correlação significativa entre as variáveis de crescimento das plantas de feijão e a fluorescência da clorofila o que a torna uma importante ferramenta de análise usada para quantificar o estresse causado pelas plantas daninhas. Os efeitos da competição pelos recursos solo+luz são maiores quando comparados com a competição apenas por luz, onde a densidade estomática do feijão aumenta quando em competição com o milho voluntário apenas quando o milho emerge de forma antecipada competindo por ambos os recursos luz e solo. As perdas de rendimento do feijão aumentam com o aumento na densidade do milho voluntário. A germinação da planta voluntária junto à cultura provocou maior redução dos valores de nível de dano econômico, comparado com a emergência tardia. O nível de dano econômico do milho voluntário independente da simulação realizada não passou de 14.553 plantas ha-1, podendo chegar à população mínima de necessidade de controle 902 plantas ha-1. Nesse sentido, pode-se elencar a importância da semeadura do feijão em solo livre de infestação com plantas de milho voluntário onde os valores indicam a necessidade de manejo dessa espécie mesmo em baixas densidades.
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