Respostas histológicas, bioquímicas e imuno-histoquímica de ratos diabéticos com periodontite tratados com terapia fotodinâmica antimicrobiana
Resumo
A presente tese foi estruturada em dois estudos experimentais animais, apresentados em forma de artigos, que investigaram os efeitos da alteração do fotossensibilizador (Fs) azul de metileno (AM), solubilizado em etanol, utilizado na terapia fotodinâmica antimicrobiana (TFDa), como tratamento adjuvante à raspagem e alisamento radicular (RAR), na doença periodontal (DP) com ou sem o envolvimento da diabetes melittus (DM). O primeiro artigo avaliou as respostas teciduais sistêmica e local geradas por este novo Fs na presença da DM. Além disso, verificou-se a relação do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) nos processos de avanço e reparo da DP. Oitenta ratos Wistar receberam injeção intraperitoneal de estreptozotocina e após 14 dias alguns ratos receberam a ligadura no primeiro molar inferior direito para indução experimental da DP. Os grupos experimentais foram: CN (controle negativo, sem DP); CP (controle positivo, com DP e sem tratamento); RAR (com DP e RAR); TFDa I (com DP e RAR + TFDa + AM solubilizado em água) e TFDa II (com DP e RAR + TFDa + AM solubilizado em etanol). Após 7 dias, as ligaduras foram removidas e os animais foram tratados, aos 7 e 15 dias, foram eutanasiados, e as amostras coletadas para avaliação bioquímica, histológica e imuno-histoquímica. Em 7 e 15 dias, o grupo da TFDa II apresentou menor intensidade inflamatória, menor intensidade do VEGF, menor quantidade de vasos sanguíneos (apenas nos 7 dias) e menor dano oxidativo (igual ao grupo CN ao atingir 15 dias), quando comparado ao grupo RAR. A TFDa II não mostrou diferenças estatísticas significativas em relação à TFDa I. Conclui-se que a TFDa II foi capaz de facilitar e acelerar o reparo tecidual periodontal a curto prazo e possui potencial para o tratamento periodontal em pacientes com diabetes possibilitando respostas reparadoras mais rápidas. A TFDa apresenta benefícios adicionais quando comparada apenas à RAR. A intensidade do VEGF foi maior em ratos diabéticos com DP e pode ter maior influência durante o processo de avanço da DP. O segundo estudo avaliou as repostas nos tecidos periodontais geradas por este mesmo protocolo, porém em ratos sistemicamente saudáveis. Cento e vinte ratos Wistar foram randomizados e divididos nos mesmo grupos experimentais do estudo acima. A DP também foi induzida por ligadura, que permaneceu por 7 dias, após, os animais foram tratados e eutanasiados em 7, 15 e 30 dias. As amostras foram coletadas para avaliação histológica e imuno-histoquímica. Os grupos tratados demonstraram menor intensidade inflamatória e do VEGF, quando comparados ao grupo CP. As respostas apresentadas entre os grupos tratados foram similares, porém os casos de ausência inflamatória foram observados apenas com a TFDa em 7 dias. Interessantemente, apenas a TFDa II, aos 30 dias apresentou ausência quase total de infiltração inflamatória. Conclui-se que, a TFDa proporcionou melhores respostas ao tecido periodontal, percebidas pelo menor grau inflamatório quando comparados ao RAR em curto prazo de tempo e a TFDa II demostrou maior capacidade de reparo a longo prazo. A maior expressão do VEGF foi observada no CP, sendo relacionada com o avanço da DP.
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