Cultura de segurança do paciente e predisposição à ocorrência de eventos adversos em unidade de terapia intensiva
Fecha
2017-10-23Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
As questões que envolvem a cultura de segurança (CS) e a ocorrência de eventos adversos (EA) são temáticas contemporâneas que se destacam, mundialmente, no cenário científico e educativo. O estudo objetivou avaliar a cultura de segurança do paciente e predisposição à ocorrência de eventos adversos em unidade de Terapia Intensiva. Trata-se de um estudo transversal, realizado com enfermeiros e técnicos em enfermagem, atuantes em Unidades de Terapia Intensiva Adulta de quatro hospitais localizados na Região Sul do Brasil. Os dados foram coletados entre junho de 2015 e janeiro de 2016. Utilizou-se um questionário contendo dados sociodemográficos e laborais da população, o Safety Attitudes Questionnaire (SAQ) para avaliação da cultura de segurança e, a Escala de predisposição à ocorrência de Eventos Adversos (EPEA). Os dados foram organizados no programa Epi-Info, versão 6.4, com dupla digitação independente e a análise no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 18.0 for Windows, por meio da estatística descritiva e inferencial. O ponto de corte para avaliação positiva da cultura de segurança foi ≥ 75 pontos em todos os domínios do SAQ. Para os pontos de cortes da EPEA, foram utilizadas três faixas percentílicas (<50; entre 50 e 75; >75), respectivamente, baixa, moderada e alta percepção. Participaram do estudo 115 trabalhadores, sendo 29 enfermeiros e 85 técnicos de enfermagem. Predominou trabalhadores do sexo feminino, adultos jovens (24 a 37 anos), raça autorreferida branca, casados, com filhos e sem especialização. Maior percentual de trabalhadores tinha um vínculo empregatício e consideraram o trabalho em UTI pouco desgastante. A consistência interna do SAQ foi de 0,88 (com variação de 0,60 a 0,81 nos domínios) e da EPEA foi de 0,94 (0,74 para estrutura e 0,93 para processo). A pontuação total do SAQ variou entre 47,2 e 96,5 (71,6 ± 12,0). Verificou-se avaliação positiva nos domínios Clima de trabalho em equipe (76 ± 15,5) e Satisfação no trabalho (89,9 ± 10,8). O domínio Percepção de Gerência do Hospital obteve o resultado mais baixo (62 ± 21,0). Na EPEA, a pontuação média da diferença entre ideal e real no domínio Estrutura foi de 0,97 (±0,55) e, no Processo foi de 0,87 (±0,62). Em ambos os domínios, os trabalhadores foram classificados com baixa percepção para predisposição à ocorrência de eventos adversos (46,1% e 49,5%, respectivamente). Observou-se correlação inversa entre cultura de segurança e predisposição à ocorrência de eventos adversos. Conclui-se que os trabalhadores conhecem os meios apropriados para encaminhamento e comunicação dos EA e que a cultura de segurança nos hospitais pesquisados ainda está em processo de construção, com demandas e necessidades a serem atendidas a curto, médio e longo prazo. O envolvimento da gestão pela segurança do paciente pode melhorar os processos de trabalho e a comunicação entre a equipe, fazendo com que os trabalhadores tornem suas práticas mais seguras.
Colecciones
El ítem tiene asociados los siguientes ficheros de licencia: