Eletrocoagulação como pós-tratamento do efluente de um tanque séptico e de um wetland construído de fluxo vertical
Resumo
Os efluentes domésticos devem ser tratados antes de serem lançados no meio ambiente, caso contrário o aporte excessivo dos contaminantes pode degradar a qualidade da água do corpo receptor, causando problemas ambientais e à saúde pública. Um processo unitário em expansão é a eletrocoagulação (EC), um processo eletroquímico em que o agente coagulante é produzido in situ por meio da aplicação de uma diferença de potencial. O coagulante gerado desestabiliza a solução e agrega-se às estruturas coloidais e sólidos em suspensão formando agregados que serão removidos por flotação, promovendo o tratamento do efluente. O objetivo deste estudo foi aplicar a eletrocoagulação, sob condições fixas durante um período, como pós-tratamento de efluente doméstico oriundo de tratamento secundário por wetland construído de fluxo vertical (WCFV) e avaliar a remoção de fósforo, nitrogênio, coliformes totais, Escherichia coli, matéria orgânica carbonácea (DQO), turbidez, cor aparente, condutividade elétrica e monitorar pH e temperatura. Conjuntamente, aplicou-se a eletrocoagulação no efluente do tratamento primário por tanque séptico (TS) visando a remoção e monitoramento dos mesmos parâmetros e verificação da viabilidade de aplicação da EC como tratamento secundário. Os reatores de eletrocoagulação com eletrodos de alumínio foram dimensionados em escala de bancada e a melhor condição experimental encontrada para o efluente do WCFV foi de 1,3 A x 18 min (EC-WC) e para o efluente do TS foi de 2,0 A x 12 min (EC-TS). Durante treze semanas aplicou-se os tratamentos e as concentrações finais médias de P-PO43-, N-NH4+, N-NO2-, N-NO3-, coliformes totais, E. coli, DQO, turbidez, cor aparente, pH, CE e temperatura para o EC-WC foram de n.d. (não detectável), 43,5 mg.L-1, 1,3 mg.L-1, 17,8 mg.L-1, 1,75x104 NMP.100 mL-1, 5,59x103 NMP.100 mL-1, 44,95 mg.L-1, 5,84 NTU, 62,4 uC, 8,8, 762,7 μS.cm-1, 23,5 ºC respectivamente. Para o EC-TS foram de n.d (não detectável), 63,9 mg.L-1, n.d., 0,1 mg.L-1, 3,75x104 NMP.100 mL-1, 1,03x104 NMP.100 mL-1, 81,77 mg.L-1, 5,65 NTU, 69,5 uC, 8,5, 868,2 μS.cm-1, 25 ºC, respectivamente. Os dois tratamentos demostraram elevadas eficiências de remoção dos poluentes e valores de concentrações finais abaixo dos valores de referência para lançamento estabelecidos pelas Resolução CONSEMA nº 355/2017, Resolução CONAMA Nº 430/2011 e NBR 13.969/1997, exceto para nitrogênio amoniacal, indicando que a EC pode ser utilizada como pós-tratamento de TS bem como pós-tratamento de WCFV. Estatisticamente, os tratamentos apresentaram diferença significativa em relação ao nitrogênio e o WCFV demonstrou-se fundamental para remoção de N-NH4+ e geração de efluente com menor potencial poluidor. A eletrocoagulação com eletrodos de alumínio mostrou-se um processo unitário promissor para o tratamento de efluentes domésticos.
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