Educação infantil, creche e currículo: movimentos e tensões entre o nacional e o local
Resumo
Esta dissertação de mestrado recebeu apoio do Programa Observatório da Educação, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES/Brasil e está vinculada ao Grupo de Pesquisa Elos/Cnpq. Insere-se na linha de pesquisa LP2, intitulada Práticas Escolares e Políticas Públicas, do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Apresenta como objetivo geral analisar os significados e as tensões do currículo da educação infantil, com ênfase nas crianças de zero a três anos, considerando as políticas públicas e o contexto de uma instituição pública do município de Santa Maria - RS. A metodologia adotada pauta-se na abordagem quanti- qualitativa, a partir de um estudo de caso. Os dados foram produzidos por meio da análise das políticas públicas considerando os documentos que orientam a organização do currículo da educação infantil, utilizando-se como fonte: Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), e dados do Observatório do Plano Nacional de Educação. Como instrumento de produção de dados junto aos sujeitos da pesquisa, utilizou-se a observação participante no contexto escolar em uma turma de berçário, entrevista semiestruturadas com a coordenadora pedagógica e questionário com quatro professoras das crianças de zero a três anos de idade de uma instituição pública municipal. Como referenciais teóricos foram utilizados os estudos de Oliveira (2011), Guimarães (2011), Barbosa (2016), Gimeno Sacristán (2000), Kuhlmann (2004), Kramer (2016), entre outros, além da legislação educacional pertinente. Com o passar dos anos a educação infantil apresentou avanços, tanto em relação ao número de matrículas, ampliando assim o acesso a primeira etapa da educação básica, como também na construção e elaboração das propostas pedagógicas e dos currículos, pois realizaram-se discussões e a construção de novas políticas públicas e documentos para orientar e guiar os currículos da educação infantil, visando sempre a criança como sujeito histórico de direitos e o centro do planejamento destas propostas. Verificou-se que no transcorrer da história brasileira, diferentes modelos e concepções de currículo foram sendo organizados e que durante muito tempo as crianças de zero a três anos de idade, não eram pensadas nestas propostas. Foram vivenciados movimentos curriculares e estudos, que buscavam integrar e compreender as especificidades das crianças, que iriam frequentar o contexto da creche. Conclui-se que o significado de currículo atribuído no contexto atual da educação infantil, emerge de algo que está em movimento, em que é vivo e flexível conforme os interesses, necessidades e demandas das crianças.
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