Aspectos agronômicos e econômicos da distribuição de plantas na cultura da soja
Resumo
O modo como as plantas são distribuídas modifica a competição intraespecífica. Essa competição deve
ser a menor possível, de modo a propiciar melhor aproveitamento de recursos do meio. Porém, é
preciso adequar a competição intraespecífica ao sistema de produção em que a cultura está inserida. O
presente trabalho teve como objetivo avaliar a resposta da soja quando submetida a diferentes cenários
de distribuição de plantas. O estudo foi dividido em três experimentos, com objetivos específicos
distintos: E1) caracterizar o comportamento e a relação que variáveis relacionadas a uniformidade de
distribuição de plantas dentro da fileira de semeadura apresentam com a produtividade de grãos de soja
e identificar similaridades entre tratamentos compostos por diferentes municípios, irrigação e
cultivares; E2) identificar a relação entre redução aleatória no estande de plantas com os componentes
da produtividade e produtividade de grãos de soja e identificar se há necessidade de ressemeadura da
soja; E3) avaliar a influência de diferentes espaçamentos entre fileiras sobre variáveis morfológicas e
produtividade de grãos de soja. Para E1, foram utilizadas lavouras comerciais nos municípios de Cruz
Alta, Restinga Seca e São Gabriel e uma área experimental na Universidade Federal de Santa Maria.
No total, foram colhidas 275 amostras de um metro linear de soja, que foram debulhadas e sua massa
corrigida para 13% de umidade e extrapoladas para kg ha-1. Em cada amostra mediu-se o espaçamento
entre as plantas e gerou-se as seguintes variáveis: população de plantas, % de espaçamentos aceitáveis,
duplos e falhos. Para E2 e E3, foram conduzidos experimentos na mesma área experimental de Santa
Maria, nas safras 2014/15 e 2015/16 em delineamento de blocos ao acaso. Utilizou-se as cultivares
BMX Tornado RR (indeterminada) e FPS Urano RR (determinada), ambas de grupo de maturidade 6.2,
em ambos experimentos. E2 constituiu-se de dois espaçamentos entre fileiras (Convencional e
Reduzido) e quatro níveis de retirada aleatória da população ideal de plantas: 0, 25, 50 e 75%. E3
contou com quatro espaçamentos entre fileiras (Convencional, Cruzado, Pareado e Reduzido)
implantados em duas épocas de semeadura (novembro e dezembro). A população de plantas é a
variável que apresenta a melhor correlação linear de Pearson com a produtividade de grãos, em todos os
tratamentos e grupos de tratamentos formados. O percentual de espaçamentos falhos é a única variável
que apresenta relação negativa com a produtividade, mas com valores de correlação linear de Pearson
menores que |0,50|. A produtividade de grãos decresce 1,75% a cada 10% de redução no estande ideal
de plantas. Quando o preço do bushel de soja é inferior a US$ 10,50, nenhum dos percentuais de
retirada de plantas até 75% alcança prejuízo econômico que compense nova semeadura. O espaçamento
reduzido é o único a apresentar superioridade, quanto a produtividade de grãos, sobre o convencional,
quando a semeadura é realizada em dezembro, não diferindo quando a semeadura se dá dentro do mês
de novembro. Espaçamento pareado apresenta desempenho similar ao convencional, mas nunca
superior, enquanto que espaçamento cruzado apresenta o pior desempenho entre todos os espaçamentos
testados.
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