Aprimorar a responsabilidade: direções para uma investigação interdisciplinar
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2018-02-23Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
As práticas de responsabilidade presentes em nossas vidas cotidianas envolvem, entre outras
coisas, padrões sobre como se deve elogiar, culpar ou punir as pessoas por suas ações, bem
como atos particulares que seguem esses padrões em maior ou menor medida. Uma questão
clássica em filosofia pergunta se os seres humanos podem de fato ser moralmente responsáveis
pelo que fazem. Esta tese defende que abordar essa questão clássica é insuficiente se quisermos
que a investigação sobre a responsabilidade moral contribua com o objetivo de aprimorar
as práticas cotidianas de responsabilidade. Como alternativa, ofereço direções para uma
investigação interdisciplinar que defendo estar em melhores condições de promover o objetivo
em questão. Essa proposta é defendida ao longo de cinco artigos e uma seção final de discussão.
Os quatro primeiros artigos apontam limitações de propostas céticas, as quais negam a
existência da responsabilidade moral. O primeiro artigo avalia um argumento cético baseado
em resultados da neurociência que pretende mostrar que o livre-arbítrio não existe. Argumento
que uma das premissas desse argumento—que diz que eventos no cérebro determinam escolhas—
não é justificada pelos resultados disponíveis. O segundo artigo defende que, apesar
dos resultados considerados não mostrarem que escolhas sejam determinadas por eventos no
cérebro, outros estudos da neurociência poderiam em princípio fazê-lo. O terceiro artigo inicia
a discussão de limitações que dizem respeito à implementabilidade de algumas modificações
das práticas de responsabilidade sugeridas no interior de propostas céticas. Especificamente,
descrevo desafios que tentativas de se reduzir a severidade da punição imposta no âmbito legal
provavelmente enfrentariam devido a fatos psicológicos sobre a crença no livre-arbítrio e
o desejo de punir. O quarto artigo apresenta resultados de um experimento original que buscou
testar uma hipótese sobre o funcionamento da crença no livre-arbítrio e o desejo de punir,
qual seja, a hipótese de que o desejo de punir afeta causalmente crenças sobre o livre-arbítrio.
Os resultados não apoiaram essa hipótese. Finalmente, o quinto artigo desenvolve o que chamo
de modelo de aprimoramento, uma proposta de estruturação de uma investigação interdisciplinar
capaz de promover o aprimoramento das práticas cotidianas de responsabilidade. A
seção final de discussão mostra como o modelo de aprimoramento supera algumas limitações
da discussão recente sobre a existência da responsabilidade moral, a qual inclui não apenas a
literatura cética considerada nos artigos anteriores, mas também contribuições que afirmam a
existência da responsabilidade moral e do livre-arbítrio. A proposta central desta tese, portanto,
diz que é possível reorganizar a investigação sobre a responsabilidade moral de uma maneira
que lhe permita melhor promover o objetivo de aprimorar as práticas cotidianas de responsabilidade.
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