O impacto do foco regulatório na procrastinação e nas escolhas intertemporais
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2019-03-22Metadatos
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A Economia Comportamental sustenta-se em dois pilares: (1) cognitivo, responsável pelo estudo das decisões sob risco e incerteza e pela Teoria dos Prospectos; e (2) comportamental, voltada para o estudo das escolhas intertemporais. A Teoria motivacional do Foco Regulatório apresentou resultados importantes quando relacionada com as premissas da Teoria dos Prospectos, porém ainda não foi testada em relação às escolhas intertemporais. Assim, o objetivo desta tese é propor e aplicar um modelo teórico que avalie o impacto do Foco Regulatório no desconto temporal e procrastinação. O modelo proposto verificou a relação de antecedência do desconto temporal para a procrastinação (H1) e as hipóteses de que tanto o foco de promoção quanto o foco de prevenção são inversamente relacionados com o desconto temporal (H2) e com a procrastinação (H3), sendo que o foco de promoção, quando comparado com o foco de prevenção, apresenta maiores taxas em ambos os construtos (H2’ e H3’). Para aplicar o modelo proposto, foi necessária a adaptação e validação da escala Pure Procrastination Scale (STEEL, 2010) e do questionário Regulatory Focus Questionnarie (HIGGINS et al., 2001). Nas adaptações, realizaram-se a tradução, tradução reversa, análise por comitê e pré-teste das escalas. Para validação dividiu-se aleatoriamente a amostra (n=506) em três, de modo a realizar as etapas de: Análise Fatorial Exploratória (n=163), Análise Fatorial Confirmatória (n=173) e Análise Confirmatória Externa (n=170), na qual a correlação com construtos correlatos foi verificada. Para a procrastinação, não foi possível identificar uma escala unidimensional, mas sim, um escala tridimensional: Procrastinação Deciosional, Procrastinação Comportamental e Procrastinação de Pontualidade. Quanto ao foco regulatório, a estrutura de dois fatores não correlacionados – promoção e prevenção – foi validada. A escala do desconto temporal, Monetary Choice Questionnarie (KIRBY; PETRY; BICKEL, 1999), foi adaptada para a moeda brasileira pela conversão dos valores conforme taxa de câmbio atual. Para verificação das hipóteses, as escalas adaptadas e validadas foram aplicadas (n=607) e o modelo validado. Pela utilização da técnica de Modelagem de Equações Estruturais demonstrou-se que, apesar de baixos, os efeitos do foco regulatório e do desconto temporal sobre as facetas da procrastinação são existentes e devem ser considerados. O mesmo não se pode afirmar dos efeitos do foco regulatório sobre o desconto temporal. A relação de antecedência do desconto temporal com a procrastinação também foi comprovada. Os resultados indicaram que o foco de promoção apresenta maior influência na redução da Procrastinação Decisional, enquanto que o foco de prevenção apresenta maior influência na redução da Procrastinação Comportamental. A Procrastinação de Pontualidade não apresentou diferenças na influência dos focos. Quanto à taxa de desconto temporal, os resultados indicam que quanto maior a predominância do foco de promoção, maior a taxa de desconto temporal. Por fim, estes resultados reforçam a estrutura multidimensional encontrada para a procrastinação, dado que cada dimensão da procrastinação responde de forma diferenciada aos efeitos dos focos regulatórios e, também, reafirma a diferenciação entre os construtos de desconto temporal e procrastinação, por vezes utilizados como sinônimos, mas que apresentam efeitos distintos do referencial motivacional crônico do indivíduo.
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