Capitalismo e democracia na era do mercado internacional

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Data
2009-03-20Autor
Coelho, Paulo Vinícius Nascimento
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Mostrar registro completoResumo
Este trabalho apresenta uma análise sobre a realidade do modelo de
democracia liberal, espalhado hoje pelo globo, em sua interação com o modo
de produção hegemônico e suas conseqüências para o Estado e sociedade
civil. A relação entre mercado capitalista globalizado e a política tradicional
produz na contemporaneidade um novo cenário político e cultural que modifica
o comportamento das comunidades humanas. O capitalismo difundido pelo
planeta, acompanhado pelos valores políticos ocidentais (com ênfase para a
democracia liberal), promove a reação e transformação de sociedades
envolvidas, hoje de forma quase irremediável, pelo mercado capitalista
internacionalizado. O mercado internacional espalha-se pelo globo e a
economia financeira escapa ao controle da política tradicional, a velocidade das
trocas financeiras e a circulação de mercadorias são aceleradas por intermédio
da propagação de novas tecnologias de informação e transporte. A circulação
de informação espalha valores morais, políticos e estéticos pelo planeta,
gerando o choque entre culturas, dissolvendo a tradição e assim possibilitando
o desenvolvimento de uma maior reflexividade social . A instabilidade de
regimes democráticos é agravada com o aumento das demandas sociais
provenientes de um maior esclarecimento político da população e da
mobilização de novos movimentos sociais. O Estado sofre grandes dificuldades
para administrar o novo contexto social e, enfraquecido pelas forças do
mercado em seu poder de intervenção econômica, perde capacidade de ação e
conseqüentemente a credibilidade da população. Fortalecido pela expansão do
mercado, o capitalismo alcança o segundo mundo forçando direta ou
indiretamente a transformação dos Estados autodenominados socialistas. O
modo de produção capitalista propagado através do processo de globalização
e internacionalização do mercado gera exclusão ao mesmo tempo em que
difunde a democracia liberal. A liberdade acentuada do mercado, pregada pelo
novo liberalismo, abre espaço para a especulação financeira sem
compromissos para com os interesses da democracia, o que faz da crise
econômica uma possibilidade constante ameaçando países economicamente
interdependentes. Para a efetiva realização da democracia, realização da
justiça eqüitativa e preservação dos direitos dos indivíduos, espera-se por parte
do Estado a promoção ou facilitação de um espaço propício para o exercício da
cidadania, para a qual movimentos culturais podem em muito contribuir.