Ecologia e conservação de peixe anuais em áreas úmidas temporárias no Sul do Brasil
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2015-03-30Metadatos
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No presente estudo utilizamos duas abordagens, uma em escala local onde estudamos a comunidade de peixes de áreas úmidas ao longo de um ciclo hidrológico e outra em escala regional, onde investigamos entre 2011 e 2014 padrões de diversidade e estado de conservação das espécies de peixes anuais do Rio Grande do Sul. Na primeira abordagem objetivamos analisar (1) a variação espaço-temporal e fatores ambientais que afetam a comunidade de peixes de áreas úmidas temporárias, (2) variações temporais de tamanho, taxa de crescimento específico e densidade de peixes anuais, e (3) a relação peso-comprimento dessas mesmas espécies. Para tanto, realizamos coletas ao longo de todo um ciclo hidrológico e monitoramos mensalmente 11 poças temporárias da várzea do canal São Gonçalo, sistema da laguna dos Patos. Nessas áreas verificamos que a composição e abundância de peixes apresentou marcada variação espaço-temporal. Essa variação está associada a diferenças no ciclo de vida das espécies, sendo as de ciclo de vida anual, consideradas residentes ao longo de todo ciclo hidrológico e as mais abundantes. A composição e abundância nessas áreas foram influenciadas por variáveis do habitat e da paisagem (área, número de microhabitats e isolamento), variáveis climáticas e hidrológicas (hidroperíodo, média de pluviosidade e nível do canal São Gonçalo) e físicas (profundidade). Nas mesmas 11 áreas úmidas estudadas verificamos que as três espécies de ciclo de vida anual apresentam dinâmica populacional semelhante, onde eclodem no inicio do alagamento e morrem antes das poças secarem. Observamos também que as espécies apresentam tamanho corpóreo diferente e taxas de crescimento específico semelhantes, de forma que as diferenças de tamanho corpóreo se mantêm constantes entre elas ao longo de todo ciclo hidrológico. Essas espécies apresentam dois padrões de crescimento, alométrico positivo e alométrico negativo. Na abordagem em escala regional objetivamos apresentar de forma descritiva dados atualizados de um estudo amplo sobre a riqueza e conservação de peixes anuais no Rio Grande do Sul. Verificamos através de amostragens realizadas em 50 municípios uma grande diversidade de peixes anuais, com 37 espécies registradas, pertencentes aos gêneros Austrolebias (31 espécies) e Cynopoecilus (6 espécies). A maioria apresenta restrita área de distribuição e está ameaçada de extinção devido principalmente as práticas agrícolas e avanço urbano. As estratégias de conservação para as espécies, por sua vez, dependem de uma série de fatores e iniciativas, mas de forma geral estão relacionadas ao incentivo a pesquisa, busca e mapeamento das espécies, definição de problemas taxonômicos, correto licenciamento ambiental, educação ambiental e um grande plano de incentivo e estímulo a criação de UCs.
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