Óleo essencial de Lippia alba como sedativo e anestésico em diversos animais aquáticos
Resumo
A utilização de anestésicos em estações de aquicultura e pesquisa é uma ferramenta muito
importante para reduzir tanto os danos e o consequente estresse causado por atividades rotineiras,
como também a mortalidade dos animais. A tese está dividida em três capítulos, e tem o objetivo de
avaliar o uso do óleo essencial de Lippia alba (EOL) como sedativo e anestésico em animais
aquáticos, analisando seus possíveis efeitos estressantes. O capítulo 1 consiste na avaliação dos efeitos
do EOL nos parâmetros comportamentais, metabólicos e de estresse oxidativo no mexilhão Perna
perna. Dois experimentos foram realizados, no primeiro testou-se as concentrações de 150, 300 e 450
μL L-1, durante uma hora no máximo. No segundo experimento, os mexilhões foram expostos
primeiramente a uma concentração inicial de 100 μL L-1 de EOL durante 30 minutos e, em seguida, foi
adicionado mais anestésico para atingir as concentrações testadas no primeiro experimento, por mais
30 min no máximo. Foram observados os tempos de sedação, anestesia e recuperação, além de
analisados glicogênio, lactato, proteína e glicose, e parâmetros de estresse oxidativo (CAT, GST, LPO,
PC e SOD), em hemolinfa, brânquias e gônadas dos animais, com e sem recuperação, após a
exposição ao anestésico. No capítulo 2, assim como no capítulo anterior, avaliou-se a eficiência do
EOL em Echinometra lucunter (ouriço-do-mar), analisando o líquido celomático, gônadas e intestino
dos animais amostrados com e sem recuperação após a exposição, para analisar os parâmetros
metabólicos (proteínas e lipídios) e de estresse oxidativo (TBARS, SOD E CAT). No capítulo 3
verificou-se as respostas ao estresse em lubina (Dicentrarchus labrax). Primeiramente elegeu-se uma
concentração ideal para sedação e em um segundo experimento utilizou-se uma situação de estresse
(perseguição para captura), com diversas combinações de tratamentos e tempos de amostragem. Foram
amostrados o plasma e fígado dos animais para analisar as alterações fisiológicas como cortisol,
glicose, lactato, triglicerídeos, proteína e glicogênio, além das atividades enzimáticas no fígado
(GPtotal, HK, FBP, G6PDH, PK, G3PDH, GDH, GPT e GOT). A exposição ao EOL não causou
nenhuma mortalidade e apresentou efeito sedativo e/ou anestésico satisfatório nas espécies de animais
aquáticos testados, com exceção apenas dos mexilhões, porque eles fecharam a concha e reduziram a
filtração como um comportamento de defesa e bem-estar quando exposto a qualquer substância
diferente detectada na água. Desta forma, o EOL apresentou um efeito favorável em todas as espécies
testadas, porque ocasionou a melhora na resposta das defesas antioxidantes e reduziu o estresse
oxidativo, sendo uma boa alternativa como sedativo e/ou anestésico para procedimentos de estações de
aquicultura e pesquisa.
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