Avaliação do dano ao DNA em pacientes com doença renal crônica submetidos à hemodiálise e sua associação com o metabolismo do ferro e estresse oxidativo
Resumo
A doença renal crônica (DRC) é a condição na qual os rins perdem a capacidade de efetuar funções básicas. A hemodiálise é o tratamento alternativo mais utilizado para esses pacientes, porém esse tratamento expõe tais indivíduos ao estresse oxidativo, o qual constitui importante fator de risco para lesão no DNA. A diminuição da capacidade funcional dos rins pode desencadear sérios problemas de saúde para esses pacientes, como a anemia, a qual possui significativo impacto sobre a qualidade de vida dos mesmos, necessitando ser corrigida com terapias adjuvantes, principalmente de ferro intravenoso. No entanto, o ferro é um metal oxidativo que potencializa o estresse oxidativo, podendo resultar em um aumento no dano ao DNA. Assim, o objetivo do estudo foi investigar a associação entre o metabolismo do ferro, estresse oxidativo e DNA livre circulante em pacientes com doença renal e submetidos à hemodiálise. Foram mensurados ferro, ferritina, transferrina, capacidade antioxidante total (TAC), estado oxidante total (TOS) e albumina modificada pela isquemia (IMA), bem como lesão no DNA pelo ensaio Picogreen® em quarenta pacientes com DRC submetidos à hemodiálise e quarenta indivíduos controle. Observou-se que o dano no DNA foi significativamente elevado nos pacientes com DRC submetidos à hemodiálise, quando comparado com o grupo controle. Além disso, foi demonstrada uma associação entre o aumento do dano ao DNA na DRC com os níveis séricos de ferritina e decréscimo da taxa de filtração glomerular (TFG). Constatou-se, também, que uma única sessão de hemodiálise não promoveu aumento do dano ao DNA. Além disso, foi verificado que os pacientes com DRC submetidos à hemodiálise e que utilizavam terapia com ferro intravenoso obtiveram maiores níveis de DNA livre circulante em relação aos que não utlizavam esta terapia. Neste estudo, observou-se, ainda, que os pacientes que utilizavam a terapia com ferro intravenoso apresentaram uma diminuição dos níveis de antioxidantes (TAC) e um aumento significativo dos níveis de oxidantes (TOS e IMA). Desta forma, consideramos que os eventos que acometem os pacientes com DRC, tais como aumento do estoque de ferro, declínio da função renal, desequilíbrio oxidativo, bem como o tratamento com ferro intravenoso, podem ser fatores que contribuem diretamente para o aumento do dano ao DNA.
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