Associação da espessura do quadríceps com a área de secção transversa do reto femoral, força muscular e velocidade da marcha de pacientes críticos
Resumo
Pacientes internados em unidade de terapia intensiva (UTI) são propensos a alterações morfológicas, bioquímicas e estruturais dos músculos, o que pode gerar diminuição da força e hipotrofia. Após a alta da unidade, o desenvolvimento da fraqueza muscular, manifesta inabilidades que podem perdurar por até dois anos, impactando na função física desses pacientes. O objetivo deste estudo foi verificar se há associação entre a espessura muscular do quadríceps (EMQ), a área de secção transversa (AST), a força muscular periférica (FMP) e a velocidade da marcha de pacientes críticos. Trata-se de um estudo transversal, realizado na UTI adulto de um hospital universitário. As avaliações realizadas foram através da coleta de registros clínicos na ficha de avaliação do paciente. Nas primeiras 24 horas de ventilação mecânica (VM), foram avaliadas a EMQ e a AST a partir de imagens ultrassonográficas do quadríceps femoral. No despertar na UTI, avaliou-se a FMP por meio do escore manual de força muscular - Medical Research Council – (MRC), e por fim, na alta hospitalar, avaliou-se a velocidade da marcha através do teste de velocidade de marcha de 6 metros (TVM6). Na análise estatística, a correlação entre a EMQ com as demais variáveis foi verificada pelo coeficiente de correlação de Pearson. Uma análise de regressão linear múltipla foi realizada para determinar se a EMQ foi independentemente associada com as variáveis AST femoral, FMP e TVM6. Foram elegíveis 28 pacientes (46±18 anos, 20 do sexo masculino). A EMQ apresentou correlação positiva forte com a AST (r=0,708; p<0,0001) e correlação positiva moderada com a velocidade da marcha (r=0,627; p=0,003). Entretanto, não houve relação entre a EMQ e a FMP (r=0,332; p=0,084) na alta hospitalar. Por meio da regressão linear múltipla, observamos que a AST do reto femoral, foi o preditor independente (p=0,003) da EMQ. O presente estudo demonstrou correlação entre a EMQ e a AST, reforçando a importância do reconhecimento precoce das alterações musculares nos pacientes internados em UTI. Ainda observamos a relação entre a EMQ e o TVM6, corroborando com achados de estudos que relatam que o aumento da atividade do reto femoral, relaciona-se diretamente ao aumento da velocidade.
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