Usina hidrelétrica de Tucuruí: uma abordagem evolucionária dos impactos socioeconômicos, utilizando a metodologia DPSIR.
Resumo
O presente estudo tem como objetivo realizar uma abordagem a partir de um recorte histórico, dos impactos socioeconômicos advindos da implantação da Usina Hidrelétrica - UHE Tucuruí no estado do Pará, por meio da metodologia DPSIR (Driving Forces, Pressures, State, Impact e Response). Para tanto, tomou como base documentos institucionais e pesquisas que elencaram os principais objetivos traçados para o desenvolvimento das políticas públicas regionais e locais. Este trabalho se justifica devido o artifício utilizado pelo Estado para recomposição territorial amazônica, principalmente nos governos militares de 1950, que instituiu ações fundamentadas no crescimento industrial, os quais não foram capazes de equalizar os fatores sociais, ambientais e econômicos, resultando em disparidades nos arranjos populacionais, mercadológicos e pressões sobre os solos, rios e florestas. A metodologia DPSIR permitiu uma abordagem esquemática e avaliação integrada das forças motrizes (D) que dirigiram os empreendimentos aos locais de implantação, os quais imprimiram pressões (P) de ordem socioeconômica e ambiental sobre o estado inicial (S) dos recursos envolvidos, produzindo impactos (I) junto a população local e os recursos naturais, ainda é possível entender as respostas (R) sistemáticas para cada item do enquadramento. Assim, a geopolítica de territorialização foi o fundamento determinístico da força motriz (D), que esteve inserida no desenvolvimento de uma base industrial a fim de integrar o estado do Pará aos processos de produção mundial, tendo como matéria prima a mineração, que exigiu uma fonte energética inexorável, neste caso aproveitando a disposição dos recursos hídricos na região foi apresentada como solução as Usinas Hidrelétricas (UHE). A UHE Tucuruí surgiu na década de 1970 para financiar estruturalmente o parque mínero-metalúrgico diligenciado pelas reservas de ferro do Projeto Grande Carajás. Este fato demandou pressões (P), dentre as quais, o inchaço populacional a partir da movimentação patrocinada pelo governo à região, assim como o reaparelhamento socioeconômico do estado, infligindo no reordenamento espacial e ambiental. Foram então, depostas modificações sobre o estado inicial (S) dos recursos que imprimiram impactos (I) sobre a qualidade do solo e da água, altos índices de desemprego advindos do êxodo rural, realocação dos núcleos populacionais e disparidades nos índices de desenvolvimento humano sobre os municípios direta e indiretamente afetados. As respostas (R) estão ligadas ao desenvolvimento de arcabouços legais para a formatação de novas políticas públicas mais holísticas e inclusivas, assim como ações mitigatórias para a população do entorno que estão organizadas localmente para defesa de seu território.
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