Anti-racismo na produção científica: a superação do modelo epistêmico europeu dominante
Resumo
O racismo é um problema histórico-cultural que ocorre dentro da relação entre grupos construídos socialmente de forma distinta e hierárquica, em que a desigualdade racial torna- se produto do confronto, oposição e opressão entre tais de grupos. Essa ideia de entender o racismo como fenômeno não unilateral tem ganhado força nas produções acadêmicas e, em de- corrência disso, o modelo teórico-metodológico tradicional dos estudos sobre relações raciais tem sido colocado em questão: há uma provável reprodução das estruturas racistas na ideia do “problema do negro” no Brasil. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo analisar, a partir de pesquisa bibliográfica, o papel de intelectuais, sobretudo brancos, no combate a tais estruturas. Dessa forma, buscou-se analisar o discurso racista, em sua gênese, isto é, dentro do projeto colonial europeu, bem como a sua relação com o modelo epistêmico hegemônico e a forma como esse modelo epistêmico colonial influencia os estudos sobre relações raciais na área de conhecimento das Ciências Sociais. Além das contribuições de pensadores dos movi- mentos pós-coloniais e decoloniais e de intelectuais negros brasileiros, procurou-se analisar a potencialidade de pesquisas que tenham como preocupação analítica a identidade racial branca, numa perspectiva crítica, para produção de novas análises nos estudos raciais. Por fim, refletir sobre como descolonizar o conhecimento, apresentando um paralelo entre as contribuições dos distintos estudos abordados.
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