Será que realmente existe isso? Reflexões acerca da bissexualidade e da pansexualidade femininas
Resumo
Este trabalho visa trazer à tona discussões de gênero e sexualidade a partir de reflexões sobre a bissexualidade e a pansexualidade femininas, considerando suas especificidades enquanto orientações sexuais também reivindicadas como identidades. Objetiva-se tensionar alguns estereótipos que pairam sobre essas identidades, contextualizando e analisando criticamente como vêm sendo vistas, tanto no meio acadêmico como no cotidiano das relações sociais. O universo de pesquisa é composto por mulheres jovens familiarizadas com o contexto universitário, residentes na cidade de Santa Maria – RS, acessadas a partir da interlocução em entrevistas individuais semiestruturadas e também na realização de um grupo focal. Referir-se às identidades femininas é uma decisão metodológica considerando a existência de fetichização sobre as mulheres bissexuais e pansexuais, e que há maneiras específicas de os indivíduos vivenciarem sua sexualidade, de acordo com marcadores sociais como identidade de gênero, raça e classe social. Observa-se que a concepção histórica da sexualidade limita-se ao binarismo heterossexualidade e homossexualidade, fazendo com que outra orientação sexual não seja vista como digna ou sequer como existente de fato. A bissexualidade e a pansexualidade são orientações semelhantes entre si, inclusive no que diz respeito ao apagamento que sofrem, tanto da sociedade em geral, quanto da própria comunidade LGBTQIAP+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e transgêneros, queers, intersexuais, assexuais, pansexuais e outras possíveis identificações). Uma maneira de ultrapassarmos essa realidade é com a educação pública e de qualidade como ferramenta para promover o respeito à diversidade.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: