Ciclagem biogeoquímica dos nutrientes em um povoamento do híbrido Eucalyptus urophylla x E. sp. submetido a exclusão parcial da precipitação interna
Resumo
O híbrido Eucalyptus urophylla S.T. Blake é um dos clones mais produtivos cultivados no Brasil. A fertilização mineral via adubação química é uma operação silvicultural que gera bons resultados de produtividade, entretanto, existem outras formas de entrada de nutrientes no sítio, entre eles, a deposição atmosférica e a decomposição da matéria orgânica presente no solo. Diante disso, o presente estudo teve por objetivo avaliar a ciclagem biogeoquímica dos nutrientes em um povoamento de Eucalyptus urophylla x E. sp., submetido a exclusão parcial da precipitação interna, em Telêmaco Borba, PR. Para tanto, foram estabelecidos dois tratamentos experimentais: um com 100% da precipitação interna (SE), e outro com 70% da precipitação interna (CE). Para quantificar a precipitação pluviométrica interna foram instalados três coletores por tratamento, os quais foram distribuídos em três posições distintas, sendo elas: na linha, na entrelinha e na diagonal entre quatro árvores. Também foram instalados três conjuntos de coletores de escoamento pelo tronco por tratamento. A produção de serapilheira foi estimada através da instalação de nove coletores por tratamento, também em posições distintas, na linha, entre linha e diagonal entre quatro árvores. Para a avaliação da serapilheira acumulada, foram coletadas 30 amostras aleatórias em cada tratamento. O material foi separado em frações (folhas, galhos e miscelânea). Para a determinação da biomassa e densidade de raízes finas foram coletadas 36 amostras de solo por tratamento, nas profundidades de 0-10 cm; 10-20 cm; 20-30 cm; 30-40 cm; 40-50 cm e 50-60 cm. Para a determinação da biomassa acima do solo foram amostradas nove árvores por tratamento, seccionadas ao nível do solo e fracionada em madeira, casca, galho vivo, galho morto e folhas. A precipitação pluviométrica anual foi de 1.627,25 mm, sendo que 12,29% e 17,18 % foi interceptada pela copa das árvores no tratamento sem e com exclusão parcial da precipitação interna, respectivamente. A entrada de nutrientes pela precipitação pluviométrica foi de 44,01 kg ha-1. No tratamento SE, a precipitação interna e o escoamento pelo tronco, apresentaram um aporte de nutrientes de 46,9 kg ha-1 e 3,11 kg ha-1, respectivamente. No tratamento CE parcial da precipitação interna, ocorreu um aporte de 28,61 kg ha-1 na precipitação interna e 2,87 kg ha-1 no escoamento pelo tronco. A interação da precipitação pluviométrica com o dossel enriquece a precipitação pluviométrica com nutrientes em ambos os tratamentos. A quantidade anual de serapilheira produzida foi de 6.991,40 kg ha-1 no tratamento CE parcial da precipitação interna e 8.168,73 kg ha-1 no tratamento SE. O total da serapilheira acumulada sobre o solo foi de 16.288,91 kg ha-1 para o tratamento CE e 18.081,60 kg ha-1 para o tratamento SE. A biomassa de raízes finas no tratamento CE parcial da precipitação interna apresentou 2.930,55 kg ha-1 e 1.726,05 kg ha-1 no tratamento SE. A média da densidade de raízes finas do tratamento CE resultou em 0,44 cm cm-³, sendo 54,55% superior ao tratamento SE (0,20 cm cm-³). A biomassa total acima do solo foi de 208,26 Mg ha-1 no tratamento CE parcial e 221,00 Mg ha-1 para o tratamento SE, com sequência decrescente de alocação em madeira > casca > galhos vivo > folhas > galho morto, em ambos os tratamentos.
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