A política de saúde do homem: tecendo reflexões acerca de morbidade, gênero e assistência
Resumo
Este estudo tem como objetivo abordar a política de saúde do homem, fazendo
reflexões acerca da morbidade, gênero e assistência. O ambiente masculino,
historicamente, tem se mostrado avesso a intervenções de saúde. De forma geral,
homens procuram cuidados especiais somente em casos extremos o que acarreta
problemas, visto que os recursos são tardios e, em alguns casos, essa demora pode
representar perigo de morte. As principais causas de óbitos por patologias entre
homens são: doenças do aparelho circulatório, respiratório, digestivo e neoplasias.
Pode-se observar que a procura tardia, do homem, pelos serviços de saúde está
associada ao gênero e ao significado atribuído ao comportamento do homem como
ser forte e pouco vulnerável. Entre as causas que levam os homens a procurar os
serviços tardiamente estão o preconceito social, o estilo masculino machista do
gênero masculino- parecer ser forte e a educação masculina que não incentiva a
prevenção à saúde. A recente criação, pelo Ministério da Saúde brasileiro, da
Política da Saúde do Homem é um momento significativo no longo e paradoxal
processo que se desenrola em torno da medicalização do corpo masculino.
Observa-se que é preciso que ocorra uma mudança cultural para fazer com que os
homens tenham uma relação reflexiva com seus próprios corpos passando pela
percepção de que são vulneráveis biológica e socialmente e que isso poderá
oportunizá-los a reconhecer que podem cuidar da saúde e talvez diminuir a
morbimortalidade precoce quando comparada com a mulher. Sugere-se que a
política de saúde do homem seja mais debatida nas academias visando a formação
de profissionais que em suas práticas atuem de maneira a implantar e consolidar o
programa. Além disso, a educação permanente em saúde pode ser um valioso
instrumento para que os serviços existentes possam implementar a Política.