Efeito protetor da quercetina sobre a toxicidade induzida pela oxitetraciclina em Rhamdia quelen
Fecha
2018-08-10Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
As condições de cultivo na piscicultura podem levar a situações de estresse, contribuindo para a ocorrência de doenças
infecciosas, considerada um grande desafio para o sucesso produtivo dessa atividade. Desse modo, antibióticos têm
sido utilizados com fins terapêuticos e para profilaxia, destacando-se a oxitetraciclina (OTC) que apresenta vantagens
quanto à eficácia e economia em comparação a outros antibióticos. Porém, há uma grande preocupação no uso
intensivo de antibióticos devido ao desenvolvimento de resistência antimicrobiana, além da problemática ambiental
causada por esses fármacos. A necessidade por alimentos mais saudáveis tem levado à procura por produtos naturais.
A quercetina incorporada na dieta pode ser uma alternativa natural para minimizar as alterações fisiológicas
decorrentes do uso de antibióticos durante o cultivo, uma vez que já foi descrita sua atividade antioxidante, além de
propriedades anti-inflamatórias, anticancerígenas, antibacterianas, entre outras. Assim, este trabalho teve por objetivo
avaliar o possível efeito protetor da quercetina suplementada na dieta de jundiás, bem como verificar se o composto
reduz e/ou minimiza a toxicidade induzida pela administração oral de OTC. No primeiro experimento, visamos testar
o efeito da quercetina e escolher a melhor concentração para os peixes. Para tanto, os peixes foram divididos em três
grupos e alimentados com dieta controle e dieta contendo duas concentrações de quercetina (1,5 e 3,0 g por kg de
dieta) pelo período de 21 dias. Os resultados indicaram que a quercetina não promoveu qualquer alteração significativa
nos parâmetros hematológicos e bioquímicos. Os peixes que receberam as dietas contendo quercetina apresentaram
diminuição da lipoperoxidação (LPO) (medida por hidroperóxidos lipídicos (LOOH) e substâncias reativas ao ácido
tiobarbitúrico (TBARS) e aumento na atividade das enzimas antioxidantes, como a superóxido dismutase (SOD),
catalase (CAT), glutationa peroxidase (GPx) e glutationa S-transferase (GST). Adicionalmente, os níveis de tiois não-
proteicos (NPSH), potencial antioxidante reativo total e o ácido ascórbico (AA) foram maiores nos peixes alimentados
com as dietas contendo quercetina. Não houveram alterações quanto aos níveis de cortisol e à expressão de mRNA do
hormônio do crescimento (GH), prolactina (PRL) e somatolactina (SL) nos peixes alimentados com dieta contendo
quercetina, quando comparados com o controle. No segundo experimento, os peixes foram divididos em quatro grupos
experimentais e receberam as seguintes dietas experimentais por 14 ou 21 dias: (i)-controle; (ii)-0,1 g OTC por kg de
dieta; (iii)-1,5 g de quercetina por kg de dieta; ou (iv)- OTC+quercetina. Investigou-se o efeito da quercetina sobre os
indicadores de estresse e metabolismo, a expressão de mRNA do GH, PRL, SL, hormônio liberador de corticotrofina
(CRH) e duas diferentes proopiomelanocortinas (POMCa e POMCb), bem como a análise de resíduo de OTC nos
músculos dos peixes. Tratando dos indicadores oxidativos, os resultados demonstraram que a OTC induz aumento nos
níveis de LOOH, TBARS e proteína carbonil, diminuição nas atividades enzimáticas de SOD, CAT, GST, GPx e nos
níveis de NPSH e AA. O co-tratamento com quercetina foi capaz de prevenir esses efeitos no músculo, encéfalo, rim
e fígado dos jundiás. No entanto, os valores residuais de OTC no músculo dos peixes foram inferiores ao limite de
quantificação. Deste modo, podemos reforçar que a OTC ativa a resposta ao estresse nos jundiás, devido ao aumento
do cortisol plasmático e diminuição dos níveis de glicose aos 14 e 21 dias. Além disso, também alterou o status
metabólico dos peixes, uma vez que aumentou os níveis de triglicerídeos hepáticos, bem como a atividade hepática da
frutose-bifosfatase e glutamato desidrogenase aos 14 dias. O tratamento com OTC também estimulou a atividade da
Na+/K+-ATPase nos 14 dias e alterou a expressão do GH (14 e 21 dias) e PRL (14 dias). Assim, este estudo comprovou
que a quercetina restaura os danos causados pela OTC, sugerindo que a administração de quercetina pode ser uma
estratégia valiosa para previnir ou atenuar a toxicidade causada por antibióticos em diferentes espécies de peixes de
importância comercial.
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