Análise da eficiência de extratos vegetais para aplicação como inibidores de corrosão
Resumo
Os inibidores naturais podem ser obtidos através de extratos vegetais ou fontes de biomassas, contribuindo para
atenuar os processos oxidativos, minimizando a corrosão tornando-se uma alternativa eco friendly. Estudos
realizados nos últimos anos, apontam que muitas plantas apresentam, em sua composição, compostos com ação
antioxidante, principalmente os polifenóis. O presente trabalho tem por objetivo analisar a eficiência de extratos
vegetais obtidos de subprodutos domésticos/agroindustriais como inibidores de corrosão em meio ácido. As
amostras metálicas são de aço-carbono AISI 1020 e permaneceram imersas em solução no período de 21 dias,
sendo analisadas a cada semana. Os resíduos utilizados foram a borra de café (Coffee arabic) e a erva-mate (Ilex
paraguariensis). O meio corrosivo testado foi solução de HCl 1 mol. L-1
Os corpos de provas foram
caracterizados por técnicas de corte, lixamento, polimento, paquimetria e rugosidade, possibilitando amostras
com superfícies lisas e uniformes para os testes de corrosão. Também, foram testadas diferentes soluções para a
extração de compostos fenólicos, tendo a mistura etanol/água (60/40) apresentando as melhores condições para a
determinação desses compostos. Os fenóis totais presentes nos extratos vegetais foram determinados pelo
método Folin Ciocalteau, mostrando teor de 322,12 ± 0,59 mg EAG.g-1
para a borra de café e 375,25 ± 0,73 mg
EAG.g-1
para o resíduo de erva-mate. Além disso, foram utilizadas técnicas de Espectroscopia UV/Vis e FTIR
nos extratos vegetais e a técnica de DRX nos produtos de corrosão, para a identificação de compostos orgânicos.
Para a análise das superfícies metálicas, a técnica de Microscopia Óptica foi utilizada ao final do período
analisado. Essas técnicas confirmaram que os compostos orgânicos provenientes da borra de café e erva-mate
estão diretamente ligados à proteção da corrosão. Técnicas eletroquímicas como Voltametria Cíclica e EIS foram
utilizadas a fim de compreender a interação entre os compostos orgânicos e a superfície do eletrodo. Medidas de
perdas de massa também foram realizadas e através delas foi possível verificar, após 21 dias, a taxa de corrosão
para o resíduo de erva-mate 0,5 g.L-1
de 4,98±0,20 mm.ano-1
com eficiência de 52,78 ± 2,72 % e a borra de café
1,0 g.L-1
apresentou uma taxa de corrosão de 4,99±0,18 mm ano-1
e eficiência de 51,45 ± 2,59 %. Para este
trabalho, o resíduo de erva-mate 0,5 g.L-1
e a borra de café 1,0 g.L-1
apresentaram os melhores resultados no
combate a corrosão.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: