Ecologia de fragmentos de floresta estacional decidual ripária: fitossociologia, dinâmica e relações ambientais
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Data
2020-02-27Primeiro membro da banca
Boligon, Alexandra Augusti
Segundo membro da banca
Silveira, Bruna Denardin da
Terceiro membro da banca
Brandão, Carlos Frederico Lins e Silva
Quarto membro da banca
Turchetto, Felipe
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Paisagens florestais degradadas são recorrentes no Bioma Mata Atlântica, onde predominam fragmentos de tamanho reduzido. Esses ecossistemas ainda guardam rica biodiversidade associada a diferentes paisagens do relevo, onde a vegetação arbustivo-arbórea pode ter estrutura determinada por condições ambientais específicas. Florestas ripárias são exemplos de ecossistemas onde pequenas variações do relevo associadas ao regime hidrológico determinam heterogeneidade florística e estrutural nas comunidades. Nesse contexto, o objetivo geral da tese foi identificar a influência de fatores ambientais na vegetação, as variações de dinâmica e determinar a ocorrência de setores ambientais em fragmentos ripários de Floresta Estacional Decidual, localizados nas margens do Rio Ijuí, na região noroeste do Rio Grande do Sul. Assim, as hipóteses dos capítulos propostos são os seguintes: i) comunidades e populações do estrato arbóreo têm diferenças de estrutura e de crescimento em um período de quatro anos; ii) ocorrem alterações florísticas na comunidade regenerante e estruturais em nível de população em período curto de tempo; iii) a vegetação florestal ripária tem variação associada aos diferentes setores ambientais iv) há alteração da dinâmica da vegetação arbustiva-arbórea em diferentes setores ambientais. Para o estudo, a vegetação foi monitorada de 2015 a 2019 em três classes: Estrato Arbóreo (EA) - diâmetro à altura do peito (DAP, medido a 1,30 m de altura do solo) ≥ 5 cm; Regeneração Estabelecida (RE) - 1 cm ≤ DAP < 5 cm; Plântulas (Pl) - DAP < 1 cm e altura ≥ 20 cm. Foram instaladas 36 parcelas de 10 m x 20 m para EA, subparcelas de 5 m x 10 m para avaliar a RE e subparcelas de 3,16 m x 3,16 m para medir a classe Plântulas. O estrato arbóreo teve flutuações pouco expressivas na densidade, na proporção de indivíduos e de espécies de cada grupo ecológico. Climácicas exigentes de luz tiveram maior representatividade em número de espécie e de indivíduos e a distribuição diamétrica da comunidade arbórea indicou que a mesma é capaz de perpetuar-se. Nas classes de regeneração constatou-se a redução do número de indivíduos e da diversidade, e para RE ocorreu aumento de densidade de espécies climácicas tolerantes a sombra, bem como de espécies autocóricas. Considerando as variáveis ambientais, foram determinados quatro setores ambientais: Setor I, classificado com maior abertura de dossel; Setor II, com maiores teores de zinco e matéria orgânica; Setor III, com maior cota altimétrica e menor abertura do dossel; Setor IV agrupado pela saturação de alumínio, que apresentou a menor amplitude diamétrica, maior concentração de indivíduos nas classes iniciais do EA e menor densidade na classe Pl. Os resultados encontrados evidenciam a heterogeneidade ambiental nas florestas ripárias e a sua relação com a estrutura e a dinâmica da vegetação, expondo a necessidade de embasar as práticas de conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos em setores ambientais.
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