Crescimento e consumo hídrico de Pinus sp e Eucalyptus saligna Sm. em diferentes condições ambientais
Resumo
Espécies dos gêneros Pinus e Eucalyptus estão entre as mais plantadas em
diversos países do mundo. Em muitas destas áreas, os plantios florestais encontra-
se sujeitos a períodos de déficit hídrico de diferentes severidade, duração e
recorrência, somando-se a isso eventos climáticos advindos da mudança climática
causado pelo aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. A
quantificação da água consumida assim como a influência de seu déficit no
crescimento e produção florestal devem ser levados em consideração para uma
gestão racional e ecologicamente responsável não apenas nos recursos florestais
mas também dos recursos hídricos. Esta pesquisa teve como objetivo principal a
quantificação do consumo de água por árvores, sendo dois experimentos distintos a
base para estes resultados. O primeiro estudando o consumo de água de plantas
jovens de P elliottii e E. saligna, submetidos a diferentes épocas de déficit hídrico e
sua influência no crescimento. O ensaio foi conduzido em vasos de 20 litros e usou a
técnica de diferença entre pesagens para estimar a água consumida. Este ensaio
mostrou uma diferença significativa entre a espécies no consumo de água em
período de déficit assim como um comportamento contrastante com relação as
condições climáticas em que ocorre a seca. Houve períodos com maior perda de
incremento e pode ser relacionada com o déficit de pressão de vapor da atmosfera.
O segundo experimento foi realizado para a diferenciação fenotípica de três clones
de P. radiata quanto a eficiência no uso de água. Foram realizadas medições
contínuas de fluxo de seiva, assim como medições sazonais de trocas gasosas,
índice de área foliar e incremento volumétrico dos clones na floresta de Balmoral,
em Canterbury na ilha sul da Nova Zelândia, uma região com precipitação restrita.
Da mesma maneira os mesmos clones foram avaliados nos mesmos parâmetros em
Creigeburn, West Coast, local com precipitação muito elevada. Os resultados
apontaram que existem clones com maior uso total e proporcional de água, taxas de
transpiração foliar e máxima assimilação de dióxido de carbono foram variáveis
entre as estações e os clones apresentaram interação sitio vs. ambiente, mostrando
que a plasticidade de seu aparato fisiológico pode estar relacionada com seu
genótipo, sendo recomendada a utilização de clones mais eficientes em áreas de
hidrologia mais sensível. Ambos os experimentos, mesmo usando técnicas de
sofisticação muito diferentes mostraram ser possível a quantificação satisfatória do
uso de água por árvores desde que adequando a escala temporal e resolução física
desejada. O uso de variáveis climáticas foi relacionado satisfatoriamente com o
crescimento e uso de agua em ambos experimentos.
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