A natureza e a cultura na revista Nova Escola: problematizando representações nas pedagogias culturais
Resumo
A inserção nos estudos e discussões da Educação Ambiental, área amplamente
explorada, teorizada e polemizada na contemporaneidade, através do Curso a
Distância de Especialização em Educação Ambiental, do Centro de Ciências Rurais,
da Universidade Federal de Santa Maria, possibilitou a produção da monografia “A
natureza e a cultura na Revista Nova Escola: problematizando representações nas
pedagogias culturais”. Esta investigação balizou-se no seguinte objetivo:
problematizar as relações entre natureza e cultura produzidas na formação de
professores/as nas pedagogias culturais. O mesmo pode ser subdividido nos
seguintes objetivos específicos: identificar as representações da natureza e da
cultura produzidas numa determinada pedagogia cultural; compreender as
pedagogias divulgadas por esta instância cultural; problematizar as relações entre
natureza e cultura veiculadas na formação de professores/as. Para tal, elegeu-se a
Revista Nova Escola – Edição Especial – “Meio ambiente: conhecer para preservar”
(2003) como materialidade discursiva. Os fascículos desta revista “A Terra está
mesmo doente?”, “As primeiras cidades, o primeiro lixo”, “As fábricas e a poluição
ambiental”, “Consumo e desperdício, os pecados das grandes cidades”, “O homem e
a natureza no Brasil”, “Amazônia e Pantanal, paraísos que podem ser salvos”,
“Brasil: a maior potência ecológica do mundo”, “Um mundo melhor é possível” e o
pôster “Bichos e plantas do Brasil: riquezas naturais” possibilitaram constituir quatro
unidades de análise. Na análise e discussão dessas unidades, foram utilizadas
algumas ferramentas da caixa de Michel Foucault, de autores relacionados aos
Estudos Culturais e aos Estudos Culturais das Ciências, bem como a noção de risco
de François Ewald. Na primeira unidade de análise, dissertou-se sobre a natureza
como bem, propriedade versus a natureza paradisíaca, intocável a partir das redes
discursivas antropocêntrica e biocêntrica que mantêm a lógica binária e utilitária. Na
segunda, a mídia impressa e digital apareceu como um mecanismo de produção de
verdades dos sujeitos escolares sobre si mesmos. Na terceira, destacou-se a
divulgação por esta mídia das passagens folclóricas pela Educação Ambiental nos
espaços-tempos escolares. Na última, discutiu-se os efeitos produzidos pela
pedagogia cultural em questão no âmbito da Educação Ambiental. Essas unidades
de análise potencializaram o cruzamento da Educação Ambiental como experiência
formativa e a trama de contribuições desta monografia para esta área de
conhecimento.
Coleções
- Educação Ambiental - EaD [323]