Avaliação do uso de serviços odontológicos ao longo da adolescência: um estudo de coorte quantitativo e qualitativo
Fecha
2021-04-15Primeiro membro da banca
Emmanuelli, Bruno
Segundo membro da banca
Ferreira, Fernanda de Morais
Terceiro membro da banca
Pinto, Márcia Helena Baldani
Quarto membro da banca
Goettems, Marília Leão
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Nessa tese são apresentados dois estudos envolvendo o tema uso de serviços odontológicos na
adolescência. O primeiro estudo teve como objetivo avaliar quais são os fatores no início da
adolescência que influenciam no uso regular do serviço odontológico no fim da adolescência após 6
anos de acompanhamento. O segundo estudo teve como objetivo avaliar qual foi a prevalência de
utilização do serviço odontológico no último ano e entender quais são as barreiras e facilitadores no
uso do serviço odontológico por adolescentes. Um estudo de coorte prospectivo teve início em 2012
com um levantamento epidemiológico realizado em 20 escolas localizadas dentro das 5 regiões
administrativas de Santa Maria. Ao todo, foram avaliados 1134 adolescentes de 12 anos de idade no
baseline (T1). As coletas de dados foram compostas por exames clínicos e por questionário
estruturado respondido pelos pais. Foram coletados dados a respeito de condições contextuais,
sociodemográficas, socioeconômicas, comportamentais e psicossociais. O acompanhamento dos
adolescentes ocorreu após 6 anos, em 2018 (T2). O desfecho do primeiro estudo, o uso regular do
serviço odontológico, foi avaliado por meio do autorrelato dos adolescentes quanto ao motivo da
última consulta odontológica no acompanhamento. Usuários regulares foram definidos como aqueles
que referiram ir ao dentista para exame dentário e não regular como os adolescentes que procuram o
dentista por problemas bucais. Os dados foram analisados utilizando modelos Multinível de Regressão
Logística para avaliar a associação entre variáveis contextuais, socioeconômicas, demográficas,
clínicas e psicossociais com o uso regular do serviço odontológico. Um total de 759 adolescentes
foram reavaliados no T2. Ter cárie dentária não tratada (OR = 0,66, IC 95% = 0,47, 0,93) e má
oclusão (OR = 0,65, IC 95% = 0,46, 0,90) foram significativamente associados com uso não regular
do serviço odontológico por adolescentes no companhamento. No segundo estudo foi utilizado um
estudo misto sequencial explanatório. Na fase quantitativa, foi avaliada a prevalência do uso do
serviço odontológico dos adolescentes no último ano (T2). Entrevistas semiestruturadas foram
realizadas consecutivamente nas residências de adolescentes na fase qualitativa. As entrevistas foram
gravadas com gravador de áudio, transcritas e interrompidas após saturação dos dados. Foi utilizada a
análise temática proposta por Braun e Clark. A prevalência de consulta odontológica no último ano foi
de 71,8%. Das 13 entrevistas realizadas emergiram três subcategorias do tema barreiras ao
atendimento odontológico: prioridades e interesses, dificuldade de acesso, demora e dificuldade de
obtenção de consulta. As subcategorias que emergiram dos facilitadores foram: motivação e
profissionais de saúde na escola. Logo, o uso regular do serviço odontológico é influenciado
negativamente pela presença de cárie dentária e má oclusão. Além disso, a maioria dos adolescentes
visita o dentista apenas por motivos curativos. Adolescentes expressaram o desejo de que o dentista e
outros profissionais da saúde sejam inseridos na escola. Esse acompanhamento deve ser realizado no
início da adolescência devido às mudanças comportamentais que ocorrem neste período, que podem
contribuir para problemas bucais. Nesse sentido, salienta-se a importância de ações longitudinais
realizadas entre os setores da saúde e da educação para a promoção da saúde bucal dos adolescentes.
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