Informatividade na sala de aula: o emprego de informações na construção de argumentos
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Data
2020-08-17Primeiro membro da banca
Pinton, Francieli Matzenbacher
Segundo membro da banca
Angelo, Graziela Lucci de
Terceiro membro da banca
Camillo, Leila Bom
Quarto membro da banca
Elias, Vanda Maria da Silva
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Defender um posicionamento é um processo complexo pela sua natureza em si, pois necessita de
informações para constituir argumentos, ademais não depende daquele que está aprendendo, precisa,
também de quem ensina e de uma prática processual que se efetive ao longo do tempo (na escola). Com
base nessa constatação, nesta tese, constituímos a questão de pesquisa: “Como se efetiva o uso de
informações na construção da argumentação em gêneros textuais argumentativos escritos escolares?” e
definimos como objetivo geral: analisar a ocorrência da informação e da argumentação na escrita
argumentativa de estudantes de Ensino Médio e como esses fenômenos se relacionam; e como objetivos
específicos: identificar a natureza das informações utilizadas pelo estudante de Ensino Médio em escritas
argumentativas; identificar os tipos de argumento presentes nos parágrafos de desenvolvimento das
produções textuais dos estudantes de Ensino Médio; e verificar subsídios, na perspectiva sociointeracionista
de ensino e na Pesquisa-Ação, que revelam contribuições à sala de aula. Para responder a questão de
pesquisa e contemplar os objetivos, constituímos uma rede teórica, articulamos metodologias e geramos os
dados em sala de aula. Quanto a nossa rede teórica, o critério de textualidade de informatividade, proposto
por Beaugrande e Dressler (1981), constituiu a base para delinearmos o trabalho com a informação, ainda
na Linguística do Texto, respaldamo-nos nas concepções de sujeito, texto e contexto. Nos postulados da
Teoria da Argumentação, em Perelman e Olbrechts-Tyteca (2014), subsidiamo-nos com a acepção dos tipos
de argumento. Na perspectiva sociointeracionista, fundamentamos nossa ação mediadora em sala de aula,
com vistas a atuar na ZDP dos estudantes e compreender o processo de formação do conceito de
informação. Somada a essa base, inscreve-se nossa compreensão acerca do dialogismo, Bakhtin (2014). A
Pesquisa-Ação, consoante Burns (2010) e Thiollent (2011) é nossa metodologia de pesquisa para a geração
de dados em sala de aula, à qual articulamos o Desenvolvimento Profissional Corresponsável, de acordo
com Freitag e Richter (2015) e Bom Camillo (2017); as sequências didáticas, conforme Dolz e Schneuwly
(2004); e a pergunta problematizadora de Freire e Faundez (1985). O corpus de análise é integrado pelas
produções de dois participantes de pesquisa, desenvolvidas entre os meses de junho a dezembro de 2018.
No que diz respeito à análise e discussão dos dados, verificamos que as produções textuais dos participantes
de pesquisa revelam diferentes estágios de trabalho com a informação, as produções de PD5 apresentam
mais paráfrase de informações oriundas dos textos base e interpretação mais restrita, ao passo que as
produções de PD14 apresentam mais alusões de informações advindas dos textos base e de seus
conhecimentos de mundo e interpretação menos restrita; os instrumentos mediadores, quais sejam o
feedback via pergunta problematizadora e o Quadro de estratégias argumentativas auxiliaram discentes e
pesquisadora professora na corresponsabilidade do processo de ensino e aprendizagem de escrita
argumentativa. Por fim, compreendemos que a informação e a argumentação são fenômenos de linguagem
distintos e que estão atrelados. Em que a informação pode existir por si só, mas é essencial à constituição
da argumentação. Portanto, o processo de ensino e aprendizagem de argumentação necessita partir do
trabalho com a informação, a fim de que o discente compreenda e se aproprie do trabalho com esse
fenômeno para contemplar o fenômeno da argumentação que é mais complexo.
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