A cana-de-açúcar no Rio Grande do Sul e suas interações com as baixas temperaturas
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Data
2017-02-06Primeiro membro da banca
Brackmann, Auri
Segundo membro da banca
Schoffel, Edgar Ricardo
Terceiro membro da banca
Righi, Evandro Zanini
Quarto membro da banca
Silva, Sergio Delmar dos Anjos e
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A cana-de-açúcar, uma planta termófila, tem seu crescimento, desenvolvimento e
ecofisiologia afetados pelo inverno rigoroso do Rio Grande do Sul (RS). Dentre os principais
processos de resposta das plantas a esta condição destacam-se a aclimatação ao frio e a
temperatura letal da planta. No entanto, são raros os estudos que descrevem a resposta
ecofisiológica que a cana-de-açúcar apresenta sob tais condições térmicas. Por isso, a presente
tese tem como objetivo determinar as condições térmicas em noites de geada e a resposta das
plantas de cana-de-açúcar ao frio cultivadas nas condições subtropicais, em Santa Maria, na
região Central do RS, Brasil. O trabalho foi dividido em três capítulos temáticos. No primeiro
capítulo foi realizada uma revisão bibliográfica para a cultura no RS, destacando informações
históricas, situação atual e zoneamentos agroclimáticos. No segundo capítulo foi determinada
a temperatura letal inferior da cana-de-açúcar cultivada na região central do RS, para as
cultivares RB867515 e RB855156, além de realizar uma análise da disponibilidade térmica
anterior e posterior às noites com ocorrência de geada. No terceiro capítulo foi caracterizado o
perfil vertical das temperaturas mínimas em noites de geada em dossel de cana-de-açúcar.
Para o segundo e terceiro capítulo foi conduzido um experimento, com área de 2.200 m²
cultivada com cana-de-açúcar em Santa Maria, no período de 2013 a 2016. A temperatura dos
meristemas apicais das plantas de cana-de-açúcar foi monitorada durante o período do
experimento. Além disso, foram utilizados os dados de temperatura do ar das estações
meteorológicas automática e convencional. Constatou-se que o cultivo da cana-de-açúcar se
faz presente no RS desde 1637 e de acordo com os estudos de zoneamentos climáticos
realizados, a disponibilidade térmica, em especial o elevado risco de geada, sempre foi um
dos fatores mais limitantes ao seu cultivo nesse estado. Porém, a inclusão de variáveis como o
uso das terras e a declividade do terreno no último zoneamento agroecológico da cultura
interferiram significativamente na classificação das áreas. Em relação à temperatura letal
inferior, sob condições de campo, as cultivares foram expostas à temperatura mínima absoluta
do ar de -0,2 °C, medida no abrigo meteorológico da estação convencional; -0,6 °C, medido a
1,5 m de altura dentro do dossel das plantas de cana-de-açúcar; e -1,5 °C, no meristema
apical, medida no palmito em região próxima ao meristema; mesmo assim não foram
observados danos ao meristema apical nos três anos de experimentos. Infere-se que esta
tolerância ao frio esteja relacionada a uma possível aclimatação das plantas de cana-de-açúcar
ao frio, devido à baixa disponibilidade térmica ocorrida nos dias anteriores e posteriores às
noites com ocorrência de geada, juntamente com o menor fotoperíodo do ano para a região.
No perfil vertical das temperaturas mínimas horárias nas noites favoráveis a ocorrência de
geada, observa-se que a mínima absoluta ocorre predominantemente pouco antes do
amanhecer, sendo observada no terço superior do dossel de plantas de cana-de-açúcar.
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