Estresse pré e pós natal afetam aspectos morfológicos, bioquímicos e moleculares do eixo cortico-hipotalâmico na prole adulta
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Date
2019-10-18Primeiro membro da banca
Pase, Camila Simonetti
Segundo membro da banca
Pavanato, Maria Amália
Terceiro membro da banca
Carpes, Pâmela Billig Mello
Quarto membro da banca
Oliveira, Sara Marchesan de
Metadata
Show full item recordAbstract
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2010), o estresse é reconhecido por sua cronicidade e identificado como o mal do século XXI, cujas repercussões estão diretamente ligadas à qualidade de vida do indivíduo, da família e da sociedade. Modelos animal de estresse pré-natal e isolamento neonatal reproduzem muitas características do estresse crônico ou experiências adversas sofridas no início da vida. Assim, o presente estudo objetivou investigar se o estresse durante os períodos fetal e neonatal poderia modificar parâmetros bioquímicos, morfológicos e moleculares na prole adulta. No primeiro experimento (EXP1), ratas Wistar prenhes foram submetidas ao estresse pré-natal durante duas semanas, enquanto no segundo (EXP 2), as ratas prenhes não foram manuseadas até o nascimento dos filhotes, os quais foram expostos a um protocolo de isolamento neonatal. As análises bioquímicas, morfológicas e moleculares foram realizadas no dia pós-natal 50 de ambos os experimentos. No EXP1, os animais expostos ao estresse materno apresentaram aumento de estresse oxidativo, modificações histológicas persistentes, bem como alterações de neurotrofinas relacionadas à plasticidade celular. Inversamente, animais expostos ao manuseio neonatal (EXP2), apresentaram melhor desempenho de memória, a qual foi acompanhada do aumento da neurogênese observada pelo aumento das neurotrofinas envolvidas na neuroplasticidade, como também na análise histológica. Considerando o forte envolvimento do estresse emocional com níveis aumentados de corticosterona, decidimos investigar também alguns marcadores moleculares relacionados ao estímulo do eixo hipotálamo-pituitária- adrenal através da dosagem dos receptores de glicocorticoides, cuja imunoreatividade foi reduzida no grupo de animais do EXP1 e aumentada nos animais do EXP2. Como a exposição ao estresse tem sido relacionada ao desenvolvimento de drogadição, em ambos os protocolos experimentais um grupo de animais foi exposto à morfina com consequente avaliação da densidade dos receptores mu opioides. Como resultado, animais do EXP1 apresentaram imunoreatividade aumentada deste receptor após exposição à morfina, enquanto os animais provenientes do EXP2 mostraram tal imunoreatividade aumentada, a qual foi também observada nos animais não expostos à morfina, indicando uma modificação per se do manuseio pós-natal. Os resultados aqui apresentados indicam que experiências estressantes durante o período pré-natal podem desenvolver alterações deletérias persistentes ao longo da vida. Por outro lado, as modificações neuroadaptativas consequentes ao isolamento neonatal mostraram capacidade para superar o estresse, caracterizando um aumento de resiliência persistente durante o desenvolvimento rumo à vida adulta.
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