Artigo de opinião como macrogênero: relações lógico-semânticas na perspectiva sistêmico-funcional

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Date
2015-12-17Primeiro membro da banca
Barbara, Leila
Segundo membro da banca
Olioni, Raymundo da Costa
Terceiro membro da banca
Barros, Nina Célia Almeida de
Quarto membro da banca
Cabral, Sara Regina Scotta
Metadata
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Neste trabalho, o principal objetivo consiste em analisar as relações lógico-semânticas na organização
do texto em etapas e fases, em artigos de opinião relacionados à temática do Novo Código Florestal
Brasileiro e publicados no Observatório da Imprensa. Orientada por esse propósito, esta pesquisa alia
duas abordagens teóricas circunscritas na Linguística Sistêmico-Funcional (LSF): 1) a Gramática
Sistêmico-Funcional (GSF) (HALLIDAY, 1985, 1994; HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2004, 2014), da qual
nos utilizamos da concepção de contexto – de situação e de cultura –, para delinearmos o registro dos
textos, e de categorias do complexo oracional, para verificarmos como a léxico-gramática realiza, no
nível acima da oração, o propósito comunicativo instanciado pelos artigos de opinião e quais relações
lógico-semânticas são estabelecidas na organização dos textos; 2) a perspectiva australiana de Gênero
e Registro (R>) (EGGINS; MARTIN, 1999; EGGINS, 2004; MARTIN; ROSE, 2008; MARTIN, 2009;
ROSE, 2011; ROSE; MARTIN, 2012), da qual adotamos categorias para a descrição e análise de
gênero sob o ponto de vista funcionalista da Escola de Sydney. Definidas as categorias teóricoanalíticas, procedemos à descrição e análise das variáveis de registro (campo, relações e modo) dos
nove artigos de opinião que constituem o corpus. Conhecidos os contextos situacionais que envolvem
os textos, empreendemos a análise léxico-gramatical, com a descrição do complexo oracional, que nos
possibilitou esmiuçar a estrutura lógico-semântica dos textos. Findado esse procedimento, procedemos
à identificação da Estrutura Esquemática de Gênero (EEG). Uma vez reconhecido o propósito
comunicativo dos textos, identificamos as etapas e fases que o realizavam em cada artigo de opinião,
bem como possíveis gêneros elementares que pudessem estar instanciados como gêneros encaixados
no gênero dominante, que corresponde ao macrogênero (WOODWARD-KRON, 2005). Para a
identificação e delimitação tanto das etapas e fases quanto dos microgêneros verificados, baseamo-nos
nas relações lógico-semânticas que são estabelecidas por complexos oracionais e simplexos na
organização do texto. Assim, juntamente à identificação da EEG, procedemos à verificação das
relações lógico-semânticas entre etapas e fases do gênero e, nos casos em que o texto instanciava
microgêneros, verificamos também as relações lógico-semânticas entre as etapas e fases do gênero
dominante e os microgêneros. Essa análise conjunta, aliando categorias da GSF e da R>,
demonstrou que os artigos de opinião analisados podem ser vistos como macrogêneros, em que o
gênero dominante é a exposição de opinião, da família do argumentar, e os gêneros elementares relato
(da família das estórias), interpretação (da família de reações a textos), relatório descritivo, relatório
composicional (integrantes da família dos relatórios) e relato histórico (da família das histórias)
funcionam como microgêneros encaixados no macrogênero, complementando-o. Entre as etapas e
fases do macrogênero e também entre elas e os microgêneros, a organização do texto se dá
principalmente por meio de relações lógico-semânticas de extensão (44,3%), intensificação (37,7%) e
elaboração (18%). Com isso, tendo em vista o propósito comunicativo do macrogênero, concluímos que
os artigos de opinião são organizados de forma a haver uma progressão em termos de conteúdo, com
o acréscimo de informações que desenvolvam o que fora anteriormente apresentado ou com o
contraponto entre dizeres ou ideias de outrem e fatos e o ponto de vista do articulista, configurando
uma estratégia de contra-argumentação. Além disso, na busca pela defesa da Tese, relações causais
explicitam razões, propósitos e concessões que buscam justificar ao leitor o posicionamento exposto no
texto. Com esse mesmo propósito, exemplificações com fatos e situações concretas são recursos
utilizados pelos articulistas para constituir e organizar lógico-semanticamente as etapas, fases e os
microgêneros que realizam o gênero exposição de opinião instanciado pelos artigos de opinião
analisados.
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