Fronteira e territorialização: uma cartografia da Revolução Federalista (1891-1896) a partir das redes de relações de poder da família Silva Tavares na região platina

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Date
2021-08-30Primeiro membro da banca
Reckziegel, Ana Luiza Setti
Segundo membro da banca
Novales, Ana Frega
Terceiro membro da banca
Martins, Estevao Chaves de Rezende
Quarto membro da banca
Carnicer, Maria del Mar Solis
Metadata
Show full item recordAbstract
A presente tese de doutorado tem por tema “Fronteira e territorialização: uma cartografia da Revolução Federalista (1891-1896) a partir das redes de relações de poder do General João Nunes da Silva Tavares e de sua família na região platina”. A pesquisa desenvolvida está vinculada a Linha de Pesquisa Fronteira, Política e Sociedade e contou com o auxílio da bolsa CAPES/FAPERGS e da Bolsa de Doutorado Sanduíche da CAPES no período de 01 de Agosto de 2019 a 02 de fevereiro de 2020. A tese se centrou na análise do desenvolvimento da Revolução Federalista, a partir da participação da família Silva Tavares e da constituição de suas redes de relações sociais. Para isso, propõe uma nova cronologia do conflito e uma cartografia da Revolução Federalista a partir da territorialização de poder expressada pelas redes de relações pessoais (familiar, política e militar) da família Silva Tavares, dá-se especialmente a partir das correspondências trocadas com chefes federalistas num espaço que se estendia não somente ao Rio Grande do Sul mas também a outros estados brasileiros, como também por diversos Departamentos da República Oriental do Uruguai e por Províncias do litoral da República Argentina no período que abrange o conflito, indicando a existência de uma rede de relações no espaço platino. Nossa perspectiva vai além das narrativas construídas a partir das fontes oficiais e alarga o entendimento acerca desta contenda. A partir de fontes inéditas produzidas por federalistas que especificam a participação dos Silva Tavares neste conflito, propomos uma nova cronologia para pensar a Revolução Federalista, e nesse sentido demonstramos que este começou em 1891 e teve uma duração até 1896, período marcado por intensa participação deste grupo familiar. Para revelar a amplitude das redes desta família elaboramos de uma cartografia que mostra a abrangência nacional e internacional do conflito e das relações desta família e seu protagonismo encetado na condução política e não apenas militar do conflito. Ainda partindo da cartografia da Revolução, defendemos a existência de uma região revolucionária conformada pela guerra durante o século XIX, apresentamos algumas de suas características em comum que aproximaram os indivíduos e criaram uma identidade regional. As permanências de práticas tradicionais expressam uma lógica de pensar a política e a guerra, práticas utilizadas para articular e mobilizar homens e recursos durante o conflito, constituindo juntamente da experiência e convivências em combates, chaves explicativas para compreender as características da Revolução. A análise das redes sociais rurais e urbanas constituídas em torno da família Silva Tavares durante o conflito, nos permite identificar a existência de um grupo mais próximo a esta família; demostramos a permanências de práticas tradicionais que expressam uma lógica de pensar a política e a guerra, utilizadas para articular e mobilizar homens e recursos durante o conflito, constituindo juntamente da experiência e convivências em combates, chaves explicativas para compreender as características da Revolução. Estes aspectos vêm ao encontro de nossa tese de que este conflito foi organizado no seio de algumas importantes e poderosas famílias e que articularam e
mobilizaram outras lideranças descontentes em torno de um projeto de poder amplo que também contemplasse os interesses destas conformando um forte elo imerso a uma estrutura de poder, possibilitando a esta família um território de poder sob sua influência.
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