Entre o normal e o profano: problematizações sobre o ofício de professoras
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Date
2021-02-10Primeiro membro da banca
Gallina, Simone Freitas da Silva
Segundo membro da banca
Klein, Rejane Ramos
Metadata
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A pesquisa aqui produzida, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação
da UFSM na Linha de Pesquisa 3 “Educação Especial, Inclusão e Diferença”, se
constitui também como parte integrante dos estudos produzidos pelo Grupo de
pesquisa Diferença, Educação e Cultura – DEC/UFSM/CNPq. O presente trabalho
problematiza a formação do Curso Normal do Instituto Estadual de Educação Olavo
Bilac, buscando analisar os sentidos e significados atribuídos por Professoras
Normalistas à sua formação. Para tanto, no primeiro movimento analítico, recorreuse
a documentos arquivados no Acervo Histórico da Instituição e documentos legais,
localizados em um recorte temporal que antecede a abertura política do país até os
dias atuais, tomando-os como práticas discursivas que instituíram regimes de
verdades acerca desta formação. Diante disso, um segundo movimento analítico foi
empreendido a partir de narrativas de seis professoras egressas no período de 1969
a 2018, produzidas por meio de entrevistas semiestruturadas acerca de suas
trajetórias no Curso Normal do Bilac. Influenciada pelas teorizações de inspiração
foucaultianas, as noções de norma e normalização são utilizadas como ferramentas
analíticas para problematizar a produção do modo de ser professora normalista.
Para se pensar os efeitos da formação Normal para além da norma, propõe-se olhar
o processo formativo e a atuação docente como profanação, como formas outras de
se ser e de se exercer o ofício. A partir das narrativas das professoras, identificou-se
recorrências que possibilitam a afirmação de que, ainda que a formação conserve
sua estrutura normalizadora, o desenvolvimento de uma postura crítica diante das
experiências vividas contribui para a criação de uma subjetividade ativa que viabiliza
desvios do que já está posto, possibilitando que modos de vidas atentas às
singularidades sejam suscitadas, produzindo assim diferença. A função-educador na
perspectiva educadora infame (Carvalho, 2010) localiza nos modos de vida destas
professoras, resistências inventivas na afirmação da potência das singularidades
diante de forças que tendem a reproduzir e padronizar modos de ser. Sendo essa
perspectiva da ordem heterotópica, os anúncios aqui feitos não se colocam como
modelos a serem seguidos, mas como inspirações infames que produzem diferença
e convidam outras vidas a (re) existir.
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