Efeitos da carbamilação in vitro sobre a quantificação da albumina pelos ensaios imunoturbidimétrico e colorimétrico
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Data
2021-11-05Primeiro membro da banca
Comim, Fabio Vasconcellos
Segundo membro da banca
Bochi, Guilherme Vargas
Terceiro membro da banca
Carvalho, José Antonio Mainardi de
Quarto membro da banca
Vaucher, Rodrigo de Almeida
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A albumina é uma proteína globular não glicosilada de baixo peso molecular que apresenta diferentes funções, como a manutenção da pressão osmótica coloidal e o transporte de diversas substâncias. É a principal proteína presente no plasma. A albumina plasmática encontra-se diminuída em diversas situações clínicas, inclusive em situações associadas à perda da mesma na urina, conhecidas como albuminúria. Normalmente, quantidade significativa de albumina filtrada pelo glomérulo é reabsorvida pelos túbulos contorcidos proximais, e apenas uma concentração abaixo de 30 mg/24h é encontrada nas amostras de urina Além disso, a albumina sérica tem um valor de referência entre 3,5-5,2 g/dL. Vários métodos estão disponíveis para quantificar a albumina em amostras de soro e urina. Na prática clínica, os ensaios colorimétricos mensuram a proteína no soro, enquanto os métodos imunológicos são empregados para quantificar a albumina na urina. As doenças que acometem os rins, como a doença renal crônica, afetam as concentrações de albumina no soro e na urina. Portanto, essa proteína é um biomarcador para investigar alguns distúrbios. Além disso, as patologias renais podem prejudicar a produção de urina e promover o acúmulo de substâncias no sangue, como a ureia. A ureia é degradada em amônia e cianato, responsáveis pelo processo de carbamilação de proteínas. Essa modificação pós-traducional não enzimática causa alterações nas propriedades e funções da albumina, que aceleram o envelhecimento molecular por meio da formação de grupos carbamil. Nenhum estudo avaliou a interferência da carbamilação da albumina nas concentrações urinárias medidas pelo método imunoturbidimétrico. Além disso, nenhum estudo analisou o impacto desse processo no método colorimétrico utilizado para quantificar a albumina em níveis compatíveis com a normalidade e hipo e hiperalbuminemia. Portanto, este estudo teve como objetivo avaliar a interferência da carbamilação da albumina nos ensaios imunoturbidimétrico e colorimétrico usados para mensurar essa proteína em amostras de urina e soro, respectivamente. As soluções de albumina humana foram preparadas em PBS 0,1 mol/L pH 7,4 em concentrações adequadas para os ensaio pelos respectivos métodos. A indução in vitro da carbamilação ocorreu com o uso de seis concentrações diferentes de cianato de potássio (em concentrações milimolares), já bem caracterizada em estudos anteriores. As soluções foram incubadas em microtubos por 48h a 37°C. Após o tempo estabelecido, as amostras foram analisadas em analisador de bioquímica clínica automatizado BS380 por meio de ensaios imunoturbidimétrico e colorimétrico disponíveis comercialmente. A adição de concentrações crescentes de cianato de potássio levou a uma subestimação significativa (p <0,001) dos níveis de albumina, tanto urinária medida por imunoturbidimetria (9,7-24,0%) quanto sérica medida por ensaio colorimétrico (13,4-27,3%). Portanto, a adição de um agente carbamilante em diferentes concentrações sobre as soluções de albumina causou uma subestimação dos resultados medidos por ambas as técnicas. Esses achados podem estar relacionados a alterações nas moléculas causadas pela carbamilação, que modificam a ligação com o anticorpo específico no ensaio imunoturbidimétrico e a capacidade de ligação com ligantes no ensaio colorimétrico.
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