Benznidazol livre e nanoestruturado na terapia da Doença de Chagas experimental e seus efeitos sobre biomarcadores do sistema colinérgico e estresse oxidativo
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Fecha
2022-01-27Primeiro coorientador
Chitolina, Maria Rosa
Primeiro membro da banca
Andrade, Cinthia Melazzo de
Segundo membro da banca
Pereira, Amanda Leite Bastos
Terceiro membro da banca
Romero, Israel Molina
Quarto membro da banca
Oliveira, Camila Belmonte
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A doença de Chagas (DC) apresenta ampla distribuição na América Latina, sendo ocasionada pelo Trypanosoma cruzi. A infecção promove um processo inflamatório, que desencadeia diversos fatores da resposta imunológica. O sistema colinérgico atua na modulação da resposta inflamatória, através da via colinérgica anti-inflamatória. No Brasil, o tratamento da DC é feito com o fármaco benznidazol (BNZ), o qual apresenta efeitos adversos e alta toxicidade. A utilização da biotecnologia é uma aliada na busca por estratégias no desenvolvimento de formas de administração de medicamentos com maior eficácia e menos prejuízos para o organismo. O objetivo desse estudo foi compreender a participação do sistema colinérgico na patogenia da doença e trazer novas possibilidades no tratamento, bem como interações entre tratamentos e sinalização colinérgica na regulação imune. Foram realizados três protocolos experimentais, através dos quais analisou-se a atuação do sistema colinérgico durante a DC, testes de eficácia do fármaco livre (BNZ) e nanoestruturado (NBNZ) em diferentes doses, além de avaliar os tratamentos na terapia DC e seus efeitos sobre parâmetros hematológicos, bioquímicos, de estresse oxidativo, patológico e no sistema colinérgico. Foi possível demonstrar que o sistema colinérgico pode estar envolvido na imunomodulação durante a infecção, visto que houve uma redução na atividade da acetilcolinesterase no sistema nervoso central, bem como um aumento dos níveis de acetilcolina, caracterizando uma resposta anti-inflamatória. Demonstrou-se a eficiência do processo de nanoencapsulação do benznidazol na terapia de DC. A dose 20 mg/kg NBNZ apresentou uma redução significativa da parasitemia, similar ao fármaco livre. Além disso, baixa citotoxicidade, redução de danos teciduais e aumento da taxa de sobrevivência em comparação as demais doses de nanocápsulas (5mg/kg, 10mg/kg, 15mg/kg). Sendo assim, a dose 20 mg/kg NBNZ demonstrou melhor desempenho, nas análises realizadas. Ainda foi possível observar que o processo de nanoencapsulação do BNZ, apesar de promover redução da parasitemia, não demonstrou eficácia maior que o tratamento com BNZ. A infecção por T. cruzi ocasionou um quadro de anemia, leucopenia e trombocitopenia nos animais, porém a tratamento com BNZ foi capaz de evitar essa alteração. Por outro lado, todos os grupos de tratamento infectados apresentaram alterações nos marcadores bioquímicos de dano hepático. A avaliação da via colinérgica anti-inflamatória mostrou-se em um perfil pró-inflamatório através da avaliação da atividade da AChE, expressão da AChE, e dos receptores M1 e M2 mAChR em linfócitos, esse perfil foi observado no grupo infectado e tratado com BNZ, demonstrando que o fármaco atua estimulando essa via de sinalização pró-inflamatória. Ao avaliar o status oxidante/antioxidante, observou-se um padrão pró-oxidante nos tecidos avaliados, principalmente nos níveis de EROs e NOx dos grupos tratados, moléculas importantes no controle de proliferação do parasito na fase aguda da doença. De modo geral, concluímos que a nanoencapsulação não potencializou a eficácia terapêutica do benznidazol, mas minimizou alterações patológicas causadas pela infecção por T. cruzi e que o sistema colinérgico apresenta-se como um alvo farmacológico potencial para o controle do processo inflamatório e da evolução dos danos ocasionados pela infecção.
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