Agroindústrias familiares: um estudo de redes alimentares alternativas de Tupanciretã-RS
Fecha
2021-12-15Primeiro membro da banca
Guimarães, Gisele Martins
Segundo membro da banca
Wesz Junior, Valdemar João
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Um dos principais dilemas enfrentados pela agricultura familiar está no controle sobre o processo em que esta desempenha suas atividades econômicas/produtivas. Uma das formas que permitem a construção de sistemas alimentares alternativos e seu efeito combinado, para facilitar uma transição sustentável, reside em novos arranjos que combinam a produção e o consumo, o que vai além dos agricultores resolverem os problemas causados pelo aumento dos custos e pela redução dos retornos em um ambiente hostil. Nesse sentido, o modelo de negócio adotado pelos pequenos agricultores que integram o processamento e comercialização nas atividades agrícolas é uma das soluções para as dificuldades enfrentadas. Diante desse cenário, utilizando uma abordagem qualitativa, buscou-se verificar estas iniciativas adotadas pelos agricultores familiares da cidade de Tupanciretã-RS, que estão situados em um contexto produtivista, coordenado por agentes vinculados à cadeias de valor global, privilegiados por altos fatores produtivos, produzindo, desse modo, uma das maiores lavouras de soja do Rio Grande do Sul, identificada como a capital da soja. Entretanto, uma série de atividades econômicas/produtivas operadas pelos pequenos agricultores heterogeneízam um contexto marcado pela homogeneidade socioeconômica no município. Com isso, uma das diretrizes que os agricultores familiares adotam para aumentar o valor agregado encontra-se na produção interna e na orientação de mercado. Em suas estratégias econômico-produtivas, a agroindustrialização dos produtos em alimentos finais emprega técnicas peculiares inerentes às tradições e heranças dos agricultores que os produzem. Assim sendo, o objetivo do presente trabalho é desenvolver um produto de um segmento de nicho dotado de qualidade. Isso se traduz no método adotado, condensado em um alimento com atributos vinculados à aspectos coloniais, caseiros e artesanais, o qual se desassocia do imperativo modo de produção especializado e intensificado que é praticado no setor agrícola do município. Dessa maneira, a agroindustrialização desses alimentos produzidos pelos agricultores familiares liga-se à sua proveniência local. Assim, este padrão da reconexão entre produtores e consumidores cristaliza-se em torno da noção de circuitos curtos de comercialização, enquanto esta prática adotada pelas famílias se divide entre venda direta, com entregas a domicilio (na propriedade), compras institucionais (em feiras agropecuárias e em casas coloniais) ou através de canais mediados por estas casas, padarias e minimercados. Este novo arranjo, portanto, combina estratégias focadas no modo de operação e comercialização, evidenciando elementos de reconexão entre agricultura, alimentação, economias locais e território. Além disso, as agroindústrias familiares adotam medidas que lhes garantem um maior grau de autonomia, assim como uma dupla reconfiguração do setor agrícola do município, por meio do vínculo desenvolvido com os consumidores, onde tecem nova relevância para os agricultores familiares.
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