Reaproveitamento de polifenóis do bagaço de uva através da extração por micro-ondas de hidrodifusão e gravidade seguida de microencapsulação
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Data
2021-09-30Primeiro coorientador
Silva, Leila Picolli da
Primeiro membro da banca
Alves, Cristina Jansen
Segundo membro da banca
Dalla Nora, Flávia Michelon
Terceiro membro da banca
Etchepare, Mariana de Araújo
Quarto membro da banca
Emanuelli, Tatiana
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O bagaço de uva, corresponde ao principal subproduto gerado na cadeia vitivinícola, obtido após a prensagem das uvas na produção de vinho branco e/ou após a etapa de fermentação na vinificação em tinto. Representa uma fonte rica em polifenóis, com efeitos fisiológicos, diretamente ligados às suas propriedades tecnológicas, antioxidantes e antimicrobianas. Tecnologias extrativas que atendam aos princípios da “química verde”, vêm sendo empregadas para extrair os polifenóis de resíduos agroindustriais de forma inovadora, eficiente, econômica e ambientalmente menos agressiva. Essas técnicas apresentam benefícios como redução no tempo de extração, número de operações unitárias, consumo de energia, impactos ambientais, custos econômicos, quantidade de solventes e geração de resíduos. Somado aos métodos de extração verde, as tecnologias de microencapsulação tornam-se necessárias para preservar, disponibilizar e garantir a integridade dos extratos. Diante disto, os objetivos do presente estudo foram determinar a melhor condição de extração para o bagaço de uva, frente a tecnologia extrativa por Micro-ondas de Hidrodifusão e Gravidade (MHG), visando melhor rendimento, conteúdo fenólico e atividade antioxidante, e, estabelecer condições de armazenamento, funcionalidade e bioatividade para o extrato através de seu aprisionamento em secagem por pulverização. Foram avaliados os efeitos de diferentes condições extrativas do bagaço de uva, propriedades físico-químicas, conteúdo fenólico e atividade antioxidante. Uma potência de 2 W g-1 no aparelho MHG foi definida como ideal para o bagaço de uva, possibilitando uma extração eficiente e robusta devido aos elevados índices de conteúdo fenólico e atividade antioxidante encontrados nos extratos. Além disso, propriedade físico-químicas, tecnológicas e antioxidantes significativas foram encontradas no resíduo remanescente da extração, o coproduto. Desta forma, o extrato com os melhores índices fenólicos e antioxidantes foi microencapsulado. Características físico-químicas, estruturais, tecnológicas e antioxidantes, incluindo estabilidade de compostos antociânicos e condições gastrointestinal simuladas in vitro foram avaliadas. As microcápsulas produzidas apresentaram excelente retenção dos compostos devido à alta eficiência de encapsulação obtida e ainda, rendimento de processo considerável. Estruturalmente as microcápsulas apresentaram formas lisas, esféricas e ausência de trincas ou fissuras. Além do mais, as microcápsulas apresentaram tamanho de partícula imperceptível sensorialmente, além de degradação térmica lenta, contribuindo para a eficiência do processo. A análise das microcápsulas por espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier revelaram alterações nas bandas de absorção típicas de polifenóis. O estudo de estabilidade durante o armazenamento demonstrou que as combinações de agentes carreadores apresentaram estabilidade de compostos antociânicos frente ao armazenamento e proteção dos compostos antociânicos no sistema gastrointestinal simulado. Portanto, os resultados encontrados sugerem que a associação de tecnologia extrativa verde a técnica de microencapsulação possibilita a obtenção de produtos de qualidade, com características tecnológicas e funcionais interessantes, além de garantir sustentabilidade da cadeia vinícola. Deste modo, alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, da Agenda 2030 da ONU (Organização das Nações Unidas).
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