Influência do capital social na saúde bucal de crianças e adolescentes
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Data
2022-07-22Primeiro coorientador
Vettore, Mario Vianna
Primeiro membro da banca
Vieira, Branca Heloisa de Oliveira Martins
Segundo membro da banca
Demarco, Flavio Fernando
Terceiro membro da banca
Antunes, José Leopoldo Ferreira
Quarto membro da banca
Paiva, Saul Martins de
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O capital social, cujo conceito abrange as consequências positivas da sociabilidade e da
confiança social, tem sido destacado como um importante determinante social da saúde.
Estudos prévios sugerem que o alto capital social beneficia a saúde bucal, entretanto, algumas
questões relevantes em torno dessa relação ainda não foram exploradas. Assim, o objetivo dessa
tese foi avaliar o impacto do capital social na saúde bucal de crianças e adolescentes. Para isso,
foram desenvolvidos 4 artigos. O primeiro avaliou sistematicamente a associação entre capital
social e desfechos de saúde bucal em crianças e adolescentes; o segundo explorou as vias diretas
e indiretas pelas quais o capital social na primeira infância impacta na cárie dentária e qualidade
de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) na adolescência; o terceiro avaliou o efeito
moderador do senso de coerência (SDC) na relação entre capital social e QVRSB em escolares;
e o quarto avaliou o período etário no qual a QVRSB é mais afetada pelo capital social
experimentado na primeira infância. Para o estudo 1, dois revisores calibrados realizaram as
buscas e seleção dos artigos em bases de dados relevantes, e posterior extração de dados para
síntese narrativa e metanálise. Para os estudos 2, 3 e 4, foi iniciada uma coorte em 2010, com
639 pré-escolares (1-5 anos) em Santa Maria, Brasil. Os indivíduos foram reavaliados nos anos
de 2012, 2017 e 2020, totalizando 10 anos de seguimento (taxa de retenção na coorte de 67,1%).
O capital social comunitário e individual foram avaliados através da presença de instituições
formais no bairro, das redes sociais individuais e confiança social. As medidas clínicas e
subjetivas de saúde bucal incluíram a cárie dentária e a QVRSB. Características demográficas,
socioeconômicas, comportamentais e psicossociais (SDC) também foram avaliadas. Os dados
foram analisados por meio de Modelagem de Equações Estruturais para o estudo 2 e de Modelos
Multiníveis de Regressão de Poisson para os estudos 3 e 4. Os resultados do estudo 1
demonstraram que o alto capital social foi associado a melhores desfechos clínicos e subjetivos
de saúde bucal, com o maior impacto do capital social em nível comunitário. Os achados do
estudo 2 demonstraram que o alto capital social comunitário na primeira infância impactou
diretamente na menor ocorrência de cárie dentária e melhor QVRSB após 10 anos. O capital
social em nível comunitário também previu indiretamente a menor ocorrência de cárie dentária
por meio de vias psicossociais e comportamentais. O estudo 3 demonstrou que níveis elevados
de SDC atenuaram o impacto negativo do baixo capital social individual na QVRSB. Os
resultados do estudo 4 evidenciaram que o capital social individual na primeira infância afetou
a QVRSB ao longo das ondas da coorte, enquanto que o de nível comunitário impactou mais a
longo prazo. Com base nos estudos, conclui-se que altos níveis de capital social impactam
positivamente em desfechos normativos e subjetivos de saúde bucal em crianças e adolescentes,
sendo que o nível comunitário exerce um efeito cumulativo e de maior impacto. Além disso, a
relação entre capital social e saúde bucal foi influenciada especialmente por fatores
psicossociais.
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