Alfabetização de crianças em situação de vulnerabilidade social: desafios à gestão do trabalho pedagógico
Fecha
2021-02-05Primeiro membro da banca
Morgenstern, Juliane Marschall
Segundo membro da banca
Lima, Graziela Escandiel de
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Esta pesquisa tem como foco os desafios da gestão do trabalho pedagógico no processo de alfabetização em Instituições que atendem comunidades em situação de vulnerabilidade social. Vincula-se a Linha de Pesquisa 2 – Gestão Pedagógica e Contextos Educativos, do Programa de Pós- Graduação em Políticas Públicas e Gestão Educacional e ao Grupo de Pesquisa Práticas e Formação para docência: educação básica e superior GPDOC. Tem por objetivo geral: compreender os desafios da gestão pedagógica de escolas que atendem comunidades em situação de vulnerabilidade social, na perspectiva de projetar indicadores para uma gestão emancipatória, capazes de favorecer o trabalho pedagógico no ciclo de alfabetização. Por objetivos específicos prioriza: identificar os desafios implicados no processo de alfabetização de crianças em situação de vulnerabilidade social; reconhecer as concepções docentes no que se refere a relação aprendizagem escolar e vulnerabilidade social; desenvolver indicadores para uma gestão emancipatória em comunidades em situação de vulnerabilidade, capazes de favorecer o trabalho pedagógico no ciclo de alfabetização. Fundamentada numa pesquisa de abordagem qualitativa-narrativa de cunho sociocultural, o estudo foi realizado inicialmente em uma Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio do Município de Santa Maria – RS, com os professores atuantes no bloco pedagógico, vice-diretora e coordenadora pedagógica, utilizando-se como procedimento de pesquisa questionários, entrevistas semiestruturadas e encontro formativo. Posteriormente, numa segunda etapa foram desenvolvidas Rodas de conversa virtuais com mais duas escolas que atendem comunidades em contexto de vulnerabilidade social. A abordagem metodológica primou pela perspectiva colaborativa (ECER) pautada na Escuta cuidadosa de cada um dos participantes, instaurada pelo esforço de contextualizar e respeitar a singularidades das diferentes experiências, almejando a partir da Reelaboração dos saberes e fazeres a Experimentação de novos modos de pensar o trabalho pedagógico em comunidades em situação de vulnerabilidade social. Os estudos que deram respaldo a investigação foram: Bolzan (2002), Santos (2007), Ferreiro (1985), Charlot (2013), Lück (2007, 2008). A partir das narrativas dos professores atuantes em escolas inseridas em contextos de vulnerabilidade social, observamos os desafios e exigências do trabalho pedagógico, inúmeros enfrentamentos puderam ser vislumbrados, na cotidianidade dessas comunidades. Desafios como a falta de recursos materiais para atender as demandas, como a falta de profissionais das diversas áreas, a necessidade de flexibilidade e sensibilidade docente para atuar em um contexto de vulnerabilidade social, em que a consciência do inacabamento e sentimento de impotência, é constante diante dos enfrentamentos. Evidenciamos ainda a solidão pedagógica, a qual se relaciona com o individualismo, em que cada professora enfrenta os seus próprios desafios, apontando a falta de momentos para trocas e compartilhamento de saberes entre os docentes e perspectivas emancipatórias à gestão pedagógica. Diante desses entraves tencionados, entendemos que a escola necessita um empenho conjunto para se transformar nesse ambiente dialógico e reflexivo, onde todos os implicados no processo sejam capazes de criar possibilidades de reestruturação da prática pedagógica, no sentido de atender às exigências de seu contexto, cumprindo a missão primordial de assistir a todos aqueles que depositam na escola pública o sonho de um futuro melhor, com mais dignidade, fraternidade e igualdade. Nessa perspectiva, surge como demanda a construção de indicadores para fortalecer o trabalho pedagógico em escolas situadas em contextos de vulnerabilidade social, no sentido de instaurar redes intersetoriais, a fim de revigorar espaços em regime de colaboração entre todos os envolvidos no processo educativo.
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