Os fanzines ou zines, se apresentaram para mim no final da década de 1990. Estas revistas artesanais proporcionaram aos adolescentes da época divulgarem suas ideias a cerca da política e cultura do Brasil deste período, transformando-se em grandes aliadas para os movimentos contraculturais e sindicalistas. Foi uma época de grandes discussões sobre políticas de privatização e reforma agrária. Certamente os adolescentes se valeram dos fanzines na construção de ideais e participação política. Esta esperiência reforça o objetivo deste trabalho de oportunizar aos alunos do Ensino Médio a reflexão acerca dos conteúdos ministrados em sala de aula na disciplina de Sociologia a partir da confecção de revistas artesanais – fanzines. Tendo em vista a escacez de material didático, específico na área das Ciências Sociais, com os fanzines, os alunos serão os próprios agentes da construção de conteúdos, a partir de teorias preconizadas pelo professor/supervisor, abrindo um espaço normamente reduzido para o diálogo e atuação cidadã. Os fanzines se apresentam como forma de experimentação de arte e conteúdo, de cidadania, ativismo político e ideológico que muitas vezes não é oportunizado aos alunos pelos conteúdos prontos e sistematizados nos currículos escolares do ensino médio. Esta troca de saberes entre professor e alunos busca a construção do conhecimento a partir da reflexão sobre as teorias Sociológicas que serão readaptadas através de colagens, fragmentos de texto, desenhos, poesia, etc, nas revistas criadas e confeccionadas pelos alunos, buscando desta forma, transceder o senso comum e a simples reprodução de conteúdos.