Midiatização e identidade transfronteiriça: análise de relações dialógicas das canções de Chito de Mello
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Data
2022-06-30Primeiro membro da banca
Sobral, Adail
Segundo membro da banca
Trotta, Felipe
Terceiro membro da banca
Curi, Guilherme
Quarto membro da banca
Morales, Oscar Daniel
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A presente tese postula que a atualização da identidade transfronteiriça, expressiva da obra/autoria do músico Chito de Mello, modula-se predominantemente pela sonoridade platina em portunhol para estabelecer um questionamento de valores axiológicos oficiais da nacionalidade. As novas possibilidades de interação social, sejam elas operadas e/ou virtualizadas pela midiatização, projetam interações discursivas que impregnam sua linguagem musical de seu tempo histórico e seu espaço social. Tais sentidos são oriundos de uma profunda midiatização em curso na contemporaneidade, evidenciando a relação entre mídia, cultura e língua como um importante fator de constituição de identidades culturais. Essas transformações tecnológicas resultam em interações sociais cada vez mais mediadas por dispositivos e plataformas, organizadas à luz das lógicas da mídia em diferentes níveis, incluindo-se os sentidos oriundos de produtos que circulam por via midiática. Tomamos a canção, formada pela união de música e letra, como fenômeno comunicacional, que materializa a oralidade, possibilitando a observação de sentidos que venham a se manifestar em uma situação concreta de enunciação. Na presente investigação, propomos uma análise das relações dialógicas das letras das canções de Chito de Mello, com base nas teorias do Círculo de Bakhtin. Nos deslocamos de um plano geral para um específico, ou seja, observamos as ambiências, os entornos e as condições até chegar às enunciações concretas, cujos sentidos remetem à sua constituição identitária. Entendemos que a atualização das identidades ocorre por meio da enunciação e, consequentemente, da interação, e é onde podemos articular os parâmetros que direcionam nossa análise: cronotopia, exotopia e carnavalização. A análise empírica é detida na obra do cantor, poeta e músico que, em suas canções, colocou em evidência a fronteira Brasil-Uruguai. Temos, então, a voz do fronteiriço, conformada pelo portunhol como idioma e marca identitária, e, também, as formas de vida que existem no espaço entre dois Estados nacionais, ou seja, constituída por sujeitos transfronteiriços. Assim, observamos posições axiológicas do sujeito discursivo Chito de Mello, uma vez que o processo de midiatização possibilita interações que geram sentidos à sua obra, oriundos de enunciações poético-musicais, que permanecem em circulação e que podem ser atualizados cada vez que entram em contato com outros sujeitos.
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