Métodos perceptivos e instrumentais na avaliação da disartria e resultados de uma proposta de intervenção fonoaudiológica com biofeedback instrumental
Visualizar/ Abrir
Data
2022-04-01Primeiro coorientador
Pagliarin, Karina Carlesso
Primeiro membro da banca
Gama, Ana Cristina Côrtes
Segundo membro da banca
Beber, Bárbara Costa
Terceiro membro da banca
Ortiz, Karin Zazo
Quarto membro da banca
Barreto, Simone dos Santos
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Introdução: Disartrias são transtornos motores de fala, de ordem neurogênica, que
comprometem o controle neuromuscular dos subsistemas da fala. São
perceptivamente muito heterogêneas, tornando o diagnóstico e o tratamento
complexos. Objetivos: comparar os resultados do tempo máximo de fonação de
/a/ (TMF/a/), de medidas vocais acústicas de fonte glótica e de avaliações
fisiológicas de pacientes disártricos; desenvolver um protocolo de tratamento
utilizando instrumentos de biofeedback visual para pessoas com diferentes tipos de
disartria progressiva; e aplicar e verificar os efeitos desse tratamento nos
subsistemas da fala e na inteligibilidade. Métodos: No primeiro estudo, treze
pacientes foram classificados quanto ao tipo de disartria e divididos de acordo com
o perfil funcional, e passaram por avaliação do TMF/a/, análise vocal acústica de
fonte glótica, eletroglotografia e nasometria. Os resultados foram comparados entre
os grupos por meio dos testes ANOVA e Tukey. No segundo estudo, a elaboração
do protocolo consistiu numa abordagem comportamental, multissistêmica e
fisiológica fundamentada nos princípios de aprendizagem motora, incluindo a oferta
de biofeedback visual instrumental, de modo a intervir sequencialmente nos
subsistemas da fala geralmente afetados nas disartrias. Os instrumentos
selecionados para biofeedback visual foram o nasômetro, o eletroglotógrafo e o
ultrassom. A aplicação do protocolo consistiu num estudo de caso múltiplo com
adultos ou idosos que apresentassem disartria progressiva. Todos foram avaliados
quanto à respiração, voz, articulação, inteligibilidade e prosódia antes e ao final do
tratamento. Resultados: No primeiro estudo verificou-se que a frequência
fundamental mais alta apresentou diferença significativa nas médias dos grupos,
sendo maior no grupo hiperfuncional. Os TMF/a/ estavam reduzidos, várias
medidas acústicas de fonte glótica e as medidas eletroglotográficas se
apresentaram alteradas em todos os grupos, sem diferença significativa entre os
grupos. Quanto aos resultados da elaboração e aplicação do protocolo de
tratamento, observou-se melhora nos TMF, e alguns acasos obtiveram valores
praticamente normais, com melhora na eficiência glótica. A maioria teve melhora
nos parâmetros vocais. Todos melhoraram coordenação, força, velocidade e
refinamento do ato motor. Também observou-se melhora da velocidade, ritmo,
tremor e diminuição da variedade de parâmetros alterados, bem como da
entonação, pitch, loudness e velocidade. Foram adequadas as pausas para
respiração e reduzidos o monopitch e a monoloudness. Todos obtiveram
inteligibilidade acima de 90% tanto na produção de palavras quanto frases, e alguns
atingiram 100%. Conclusão: Os resultados do primeiro estudo indicam que a
redução dos TMF/a/ em todos os perfis funcionais analisados sugere escape aéreo
à fonação; o desvio de várias medidas acústicas de fonte glótica e
eletroglotográficas em todos os grupos sugere ruído, tremor e instabilidade vocal;
e o aumento da frequência fundamental no grupo hiperfuncional reforça a
instabilidade vocal. Apesar das características avaliadas serem esperadas em
disártricos, há dificuldade de realizar um diagnóstico diferencial a partir de
parâmetros vocais acústicos e fisiológicos. Em relação ao protocolo de tratamento,
a significativa melhora da inteligibilidade e dos subsistemas da fala evidencia que
o protocolo é eficaz ao tratamento de pessoas com disartria progressiva, capaz de
antever à piora e promover maior tempo de comunicação através da fala.
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: