O ético a partir do belo: sobre a presença de questões morais na estética de Schopenhauer
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Data
2022-09-25Primeiro membro da banca
Ciraci, Fabio
Segundo membro da banca
Williges, Flávio
Terceiro membro da banca
Silva, Luan Corrêa da
Quarto membro da banca
Cacciola, Maria Lúcia M. de Oliveira
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A presente tese consiste em uma interpretação da estética de Arthur Schopenhauer como
abertura para exposição e análise de questões importantes da sua filosofia moral. Esta proposta
pode ser apresentada da seguinte forma: a partir da concepção e das elaborações da estética
schopenhaueriana, é possível identificar componentes e questões éticas que influenciam e
norteiam suas reflexões sobre as artes e sobre o belo? Esses componentes e essas questões são
significativos para elucidação de temas relevantes da reflexão moral do filósofo? Mostra-se que
esses problemas só se evidenciam de modo pleno por meio da explicação das bases que
integram o âmbito estético ao conjunto das reflexões metafísicas do filósofo, uma vez que é
essa integração que revela as reflexões sobre o belo como uma das facetas da metafísica da
vontade, cujo Leitmotiv é a interpretação do significado moral do mundo e da existência
humana. Para uma elucidação dessas questões, foi necessária uma análise ampla dos
fundamentos que, no pensamento do filósofo, explicam a comunicação e o “parentesco”
[Verwandtschaft] entre os âmbitos ético e estético. Por meio dessa análise, são evidenciados
desde os paradigmas adotados por Schopenhauer, incluindo também os fundamentos
epistemológicos e metodológicos de sua concepção metafísica, até a maneira como essas
questões se desdobram na forma singular como ele concebe os âmbitos moral e estético. Além
disso, buscou-se apresentar a noção de caráter moral como o conceito pelo qual ele explica os
fenômenos éticos em destaque em sua obra, por meio dos quais a discussão ética é conduzida
para a análise do belo. Lança-se luz sobre a presença e o significado das questões éticas
destacadas na filosofia da arte e na estética schopenhaueriana, assim como a relevância desse
conteúdo na obra do filósofo. Essas questões foram expostas em quatro capítulos: no primeiro
deles, por meio do estudo da recepção de parte das obras de Platão e de Kant por Schopenhauer,
colocam-se em evidência os paradigmas norteadores das concepções metafísicas e estéticas do
filósofo de Frankfurt. Tal estudo desdobra-se na análise de como essas referências ajudaram a
fundamentar as concepções epistemológicas e metodológicas do filósofo. No segundo capítulo,
analisa-se a forma como essas concepções metodológicas se refletem nos âmbitos ético e
estético, permitindo a comunicação entre eles, sobretudo por meio da concepção da estética
schopenhaueriana, descrita por ele como “metafísica do belo”. No terceiro capítulo, apresentase a teoria do caráter como um dos componentes fundamentais da filosofia moral de
Schopenhauer, apontando-se que a manifestação objetiva e o conhecimento do caráter moral
encontram na análise do belo também uma abordagem importante. Assim, o estudo
caracterológico, tão importante na ética do filósofo, configura-se também como uma forma de
conduzir os temas morais para o âmbito estético. No último capítulo, tem-se o ponto culminante
da tese, em que se procede uma análise dos vários componentes por meio dos quais as questões
éticas são trazidas para as exposições sobre as artes e a beleza. Essa análise inclui desde a
relação que o filósofo estabelece da verdade, beleza e sublimidade com os conceitos morais,
passando pela forma como a sua concepção moral define critérios estéticos relevantes, até as
possibilidades de exposições do caráter pelas artes e a forma como essa abordagem revela os
estágios éticos de afirmação de negação da vontade.
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